Home / Celebridades / Turismo de favela ganha força: Voz das Comunidades conecta guias à Embratur no Vidigal, na Zona Sul do Rio

Turismo de favela ganha força: Voz das Comunidades conecta guias à Embratur no Vidigal, na Zona Sul do Rio

   
Turismo de favela ganha força
   
 

Profissionais de Santa Marta, Babilônia e Penha relataram dificuldades e pediram mais visibilidade para o setor nas políticas públicas nacionais Cerca de 30 guias de turismo de diversas favelas do Rio de Janeiro se reuniram na manhã deste sábado na Casa Voz Vidigal, na Zona Sul da cidade, para discutir os caminhos do turismo de base comunitária nas periferias cariocas. O encontro, promovido pela ONG Voz das Comunidades, teve a presença de Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), além de mototaxistas e outros profissionais do setor. A iniciativa foi promovida por Rene Silva, fundador e CEO do Voz com o objetivo de estreitar os laços entre os profissionais do turismo de favela e o governo federal.
Tribunal de Justiça do Rio terá distribuição igualitária de processos nas varas cíveis da capital, a partir de junho
Academia onde aluna morreu em Copacabana apaga notas anteriores publicadas em rede social
— O turismo nas favelas não é só passeio, é economia, é cultura viva — afirmou Rene ao reforçar: — O guia local movimenta o comércio, valoriza os artistas e mostra a potência da comunidade.
O convite para a participação de Freixo foi feito durante o Visit Brasil Summit, evento realizado no Museu do Amanhã nesta semana, onde Rene atuou como mestre de cerimônias. A proposta do encontro no Vidigal é dar início a uma aproximação institucional que resulte em políticas públicas voltadas à valorização dos territórios populares.
Turismo de favela ganha força: Voz das Comunidades conecta guias à Embratur no Vidigal
Uendell Vinicius / Voz das Comunidades
Turismo que cresce
De acordo com dados do TripAdvisor, os morros do Vidigal e da Rocinha, na Zona Sul do Rio, estão entre os locais mais visitados da cidade, ao lado de atrações como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. O levantamento reforça o interesse crescente de estrangeiros por experiências culturais autênticas nas comunidades.
Turismo de favela ganha força: Voz das Comunidades conecta guias à Embratur no Vidigal
Uendell Vinicius / Voz das Comunidades
Durante o encontro, guias de regiões como Santa Marta, Babilônia e Penha compartilharam desafios cotidianos, como a escassez de infraestrutura, a burocracia para a formalização de seus serviços e a pouca visibilidade do turismo de favela.
— O que vimos hoje foi um desabafo, mas também um chamado à ação — reconheceu Marcelo Freixo. — Precisamos pensar estratégias que apoiem, valorizem e deem visibilidade ao turismo de favela, porque ele é uma parte autêntica e essencial da experiência carioca.
Para Thiago Firmino, guia do Morro Santa Marta, ainda há resistência do setor formal em reconhecer o potencial das favelas como parte do circuito turístico da cidade.
— Sabemos que o cartão postal do Rio de Janeiro é o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, mas a verdadeira cara do Rio está nas favelas — afirmou. — É lá que estão os cariocas que fazem e movimentam a cidade, com a cultura, a essência.
Segundo ele, mesmo com fluência em idiomas estrangeiros e preparo técnico, os guias comunitários ainda enfrentam dificuldades de inserção nos roteiros organizados por empresas e hotéis.
Marcelo Freixo e René Silva durante encontro no Vidigal
Uendell Vinicius / Voz das Comunidades
— Hoje o turismo das comunidades não está integrado à rede hoteleira, não temos diálogo com conselheiros do setor — criticou. — O que se pratica hoje deixa o mercado muito fechado. O turismo comercial de massa fica com empresas que não abrem espaço para gente. Mas estamos no auge, porque o turista está olhando mais para a favela. Precisamos do suporte da Embratur para termos mais visibilidade.
Edson Wander, guia do Morro da Babilônia, reforçou o papel transformador das visitas guiadas nas comunidades.
— A favela não é só pobreza. Existe um luxo dentro da favela — que são as pessoas que fazem ela, a história que ela conta, os projetos sociais que ela tem, a gastronomia que ela cultiva — disse. — A gente leva alguns turistas que, depois, chegam pra gente e falam: “Cara, eu tava pensando totalmente errado sobre o território.” E é esse o impacto que a gente causa nas pessoas. Nós desmitificamos a favela. E isso nunca será feito por alguém que não é do território como nós somos. Essa é a minha bandeira.
Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *