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Trump quer taxar remessas e penaliza latinos e pobres

Trump quer taxar remessas de imigrantes
   

Proposta de Trump prevê imposto de 3,5% sobre remessas, cortes sociais e aumento de gastos militares

Uma das medidas mais polêmicas do pacote fiscal proposto por Donald Trump é a que mostra que Trump quer taxar remessas enviadas por imigrantes. A proposta cria um imposto de 3,5% sobre os valores transferidos do território americano para familiares no exterior — algo atualmente isento de tributação.

 

A ideia surge como forma de “compensar” a perda de arrecadação causada pelos cortes de impostos para os mais ricos. Na prática, ela transfere o ônus para os grupos mais vulneráveis da sociedade. Além disso, a proposta está alinhada à política anti-imigração do ex-presidente, que prevê ainda um aumento de US$ 70 bilhões no orçamento da segurança de fronteiras.


Trump quer taxar remessas de imigrantes
 

Trump quer taxar remessas e pode incentivar canais ilegais

A reação negativa não veio apenas de grupos de direitos humanos, mas também de instituições financeiras. A Associação Americana de Banqueiros (ABA) alertou que, se Trump quer taxar remessas, poderá empurrar os imigrantes para canais informais de envio de dinheiro. Isso enfraquece os mecanismos de controle contra lavagem de dinheiro e financiamento ilegal.

Ainda que seja a primeira proposta desse tipo no Congresso federal, a ideia tem ganhado espaço: em 2023, 18 estados americanos apresentaram 29 projetos de lei visando a taxação das remessas.


Megaprojeto orçamentário afeta pobres e migrantes

O plano conhecido como “The One, Big, Beautiful Bill” é o coração da estratégia republicana. Ele amplia cortes fiscais para os ricos, eleva o teto da dívida em cinco trilhões de dólares e promove cortes em áreas como saúde e assistência alimentar. Também amplia os gastos militares e endurece as políticas migratórias.

Com apoio da ala MAGA (Make America Great Again), o projeto foi aprovado na Câmara em maio e segue para votação no Senado. Trump pressiona:

“Ninguém sai de férias até que tudo esteja fechado!”

O prazo final imposto pela Casa Branca é 4 de julho, Dia da Independência. Mesmo com maioria, os republicanos enfrentam resistência interna e da oposição.


Países pobres podem ser os mais prejudicados

Se Trump quer taxar remessas, o impacto será profundo, especialmente na América Latina e Caribe, que receberam mais de US$ 161 bilhões em 2023. Em países como Honduras, El Salvador e Guatemala, as remessas representam até 28% do PIB.

O imposto proposto afetaria diretamente milhões de famílias que dependem dessas transferências para alimentação, moradia, saúde e pequenos negócios. Reduzir esse fluxo significaria elevar a pobreza e, ironicamente, aumentar a migração irregular.


Latinos geram riqueza, mas continuam alvo de ataques

A narrativa usada por Trump e aliados do movimento MAGA de que os imigrantes “não pagam impostos” é desmentida por dados. Migrantes — inclusive os indocumentados — contribuem com bilhões ao fisco americano, muitas vezes sem acesso aos benefícios.

O relatório Fast Facts: Latinos in the U.S. 2024 mostra que os latinos movimentaram US$ 3,6 trilhões em 2022. Se fossem um país, seriam a 5ª maior economia do planeta. Além disso, mais de 4,7 milhões de empresas são lideradas por latinos, gerando milhões de empregos.

Por isso, quando Trump quer taxar remessas, ignora não apenas a solidariedade familiar, mas também o papel central dos imigrantes na geração de riqueza nos EUA.


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