Esta semana trouxe uma boa notícia para os trabalhadores da Petrobras em Pernambuco e para a população que vive no entorno do Complexo Industrial e Portuário de Suape. A presidenta da petroleira, Magda Chambirard, assinou na segunda-feira (16) um contrato de R$ 4,9 milhões com a empreiteira Consag Engenharia S. A., do grupo Andrade Gutierrez, para a conclusão da construção do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no município do Ipojuca, litoral sul pernambucano. As obras devem começar no segundo semestre.
A retomada da construção do Trem 2 deve gerar 10 mil empregos durante a fase de construção. A obra está parada desde meados de 2015, devido às investigações da Operação Lava-Jato. “A nossa expectativa era grande. Em janeiro de 2024 ele (presidente Lula) veio aqui na refinaria, prometeu a construção do Trem 2, mas não conseguiu fechar contratos pelos valores estabelecidos. Abriram outra licitação e agora finalmente vai começar”, diz Sinésio Pontes, presidente do Sindicato dos trabalhadores Petroleiros de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro). Ele conta que a construção da unidade de destilação atmosférica (UDA) já estava avançada e deve ser concluída logo. “Em 2026 ela já deve estar funcionando”, diz Pontes.
Parte das contratações devem ser de trabalhadores locais, mas algumas funções exigirão mão de obra qualificada, demanda que talvez não seja 100% atendida localmente. É possível que haja uma nova leva de contratações de pessoal oriundo de outros estados da região. A previsão é que as obras durem quatro anos, se estendendo até 2029.
Sinésio conta que o Sindipetro tem defendido que as empresas envolvidas na obra priorizem os trabalhadores da região. “Temos nos reunido com o Governo do Estado e com as prefeituras da região para fomentarmos essa campanha”, conta. O sindicalista destaca ainda o Autonomia e Renda, programa de qualificação com oferta de bolsas encabeçado pela Petrobras, tendo o IFPE como parceiro. Na disputa pela contratação de mão de obra local, o Sindipetro tem adado de braços dados com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Pesada e Pavimentação (Sintepav).
Desde o início da construção da Refinaria Abreu e Lima, em 2007, milhares de trabalhadores foram atraídos para a região em busca de trabalho. As populações dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca cresceram consideravelmente. A crise desencadeada pela Operação Lava-Jato resultou no avanço brutal do desemprego na região, que somado à ausência de políticas públicas para a massa de trabalhadores sem ocupação, descambou numa crise permanente de violência urbana e no avanço do crime organizado justamente nesta região.
Após a conclusão do Trem 2, a Refinaria Abreu e Lima terá sua capacidade dobrada de 130 mil barris por dia para 260 mil barris/dia, que deve torná-la a segunda maior unidade da Petrobras em capacidade de refino. “É uma notícia que nos traz muita alegria. Há pouco mais de dois anos estávamos na fila de privatizações do governo anterior, mas agora somos a unidade que mais recebe investimentos da Petrobras. Isso acontece graças à decisão do povo brasileiro ao eleger o presidente Lula”, diz Sinésio. O sindicalista pontua que, com a produção atual, a Rnest já é a maior contribuidora de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o estado de Pernambuco.
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Fora da lista de privatizações, Refinaria Abreu e Lima pode duplicar capacidade de produção
Chambriard destaca que a ampliação contribuirá para alimentar a indústria de derivados do petróleo. “Esta obra é uma demonstração de que a Petrobras tem compromisso com o desenvolvimento do país. A Rnest é estratégica para o Brasil, para a Petrobras e para as regiões Nordeste e Norte”, assegurou a presidenta da Petrobras. A empresa estima em até 30 mil empregos, somando diretos e indiretos, gerados pela construção do Trem 2.
A nova etapa da Rnest terá uma unidade de coqueamento retardado (UCR), para converter resíduos de óleo de pouco valor em produtos como diesel e GLP (o popular gás de cozinha), com capacidade de processar até 75 mil barris de óleo por dia; uma unidade de hidrotratamento de diesel S10 (UHDT-D), que remove o teor de enxofre do diesel, reduzindo a 10 partes por milhão, podendo operar 82 mil barris por dia; e uma unidade de destilação atmosférica (UDA), que cumpre a primeira etapa do refino do petróleo bruto, destilando (separando) os elementos do petróleo, com potencial de 130 mil barris diários.
No primeiro trimestre de 2025, o Trem 1 da Rnest passou por obras de modernização. E no fim de 2024 entrou em operação na refinaria a primeira SNOX do Brasil, uma unidade que reduz emissões de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) e produz ácido sulfúrico, reduzindo os impactos ambientais e gerando um novo produto para comercialização. A Refinaria Abreu e Lima entrou em operação em 2014.
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