Home / Política / ‘Situação é crítica, mas não se compara a 2024’, diz especialista em meteorologia sobre temporal no RS

‘Situação é crítica, mas não se compara a 2024’, diz especialista em meteorologia sobre temporal no RS

O inverno no Brasil começa oficialmente nesta sexta-feira (20), às 23h42, e traz sinais de alerta no Rio Grande do Sul. Fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana já provocaram três mortes e alagamentos foram registrados em 90 cidades. Neste momento, há mais de 6 mil pessoas fora de casa. A especialista em meteorologia Maria Clara Sassaki, porta-voz da plataforma Tempo OK, explica que o fenômeno que atinge a região é típico da estação, mas chama atenção pelo acúmulo de chuvas e pela vulnerabilidade do estado após os eventos extremos de 2024.

 

Ela descarta, no entanto, uma tragédia ambiental parecida com a do ano passado, que deixou mais de 180 pessoas mortas e 25 desaparecidas. “Temos agora um ciclone extratropical, um sistema normal para essa época do ano, que deve avançar no decorrer dos próximos dias, então ele não vai ficar preso no Rio Grande do Sul o tempo todo, provocando chuvas intermitentes e muito volumosas. É diferente do cenário que vimos no ano passado. É uma situação muito crítica, mas não se compara à situação de pouco mais de um ano atrás”, afirma Sassaki, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

Segundo a especialista, a instabilidade atual é causada por um ciclone extratropical, que ainda deve provocar “volumes muito elevados” de chuva nesta sexta. No fim de semana, o sistema começa a se deslocar, levando temporais a Santa Catarina e Paraná. Há risco de granizo, ventos fortes e até neve nas serras gaúcha e catarinense.

“Nós temos extremos do país com muita umidade, Rio Grande do Sul e o extremo norte [do país], e a chuva deve ser recorrente ao longo de todo o inverno, então é normal para essa época do ano ter uma chuva mais significativa por lá, e a tendência é que o volume supere a climatologia”, destaca.

De acordo com Sassaki, o Rio Grande do Sul terá um inverno com chuvas acima da média, especialmente na região da Campanha e na fronteira com Uruguai e Argentina. “O inverno deve trazer chuvas bem acima da média para alguns pontos do Rio Grande do Sul”, indica. O avanço das frentes frias deve atingir outros estados do Sul a partir de setembro, ampliando as áreas sob risco de temporais.

 

Inverno mais quente e seco no restante do país

Embora o frio marque presença nos próximos dias, inclusive com previsão de temperatura mínima em torno de 7 °C em São Paulo, o inverno de 2025 deve ser mais quente do que o normal em boa parte do país. “Devemos observar um inverno mais quente do que a climatologia, entre 1 e 2 graus acima da média na maior parte do Brasil”, explica Sassaki. No interior do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, essa diferença pode passar dos 2 °C.

As ondas de frio devem ser curtas, com temperaturas baixas por poucos dias seguidos de calor fora de época. “A temperatura cai, dura dois a quatro dias, no máximo, depois volta a subir”, diz. A explicação para o fenômeno está na neutralidade do Oceano Pacífico, que não apresenta os efeitos do El Niño ou da La Niña neste momento.

Além do Sul, o Amazonas e o litoral leste do Nordeste também devem registrar chuvas acima da média, com destaque para áreas como leste da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. No Norte, a alta nebulosidade pode até frear o calor extremo, ao contrário do restante do país. “Essas áreas onde a chuva é recorrente no Amazonas são as únicas do Brasil que podem ter temperaturas dentro ou até abaixo da média, justamente pelo aumento da nebulosidade e da umidade”, pontua a especialista.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

O post ‘Situação é crítica, mas não se compara a 2024’, diz especialista em meteorologia sobre temporal no RS apareceu primeiro em Brasil de Fato.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *