
Obras achadas em duas residências na Inglaterra têm a assinatura de Jiang Tingxi, artista da corte da dinastia chinesa Qing Um especialista em obras antigas fez uma descoberta que o chocou: em paredes de uma casa no sul de Londres (Inglaterra) eram mantidas, sem que os moradores desconfiassem, sete pinturas raras de pássaros do século XVIII feitas pelo renomado Jiang Tingxi, artista da corte da dinastia Qing.
A descoberta inicial levou à identificação de outras 12 pinturas do mesmo artista em Dorset (Inglaterra), pertencentes a um membro da família.
A coleção havia sido encomendada pelo imperador Kangxi e foi concluída por volta de 1721. São provavelmente as últimas obras de Jiang que permaneciam em mãos privadas longe do conhecimento dos especialistas em pintura chinesa, contou o site “What’s The Jam”.
Após a remoção das molduras, descobriu-se que todas as obras conservavam os textos originais que as acompanhavam.
Em leilão neste mês, os dois conjuntos de telas foram vendidas em leilão da Roseberys pela soma de 780 mil libras (cerca de R$ 6 milhões). O comprador foi um colecionador particular não identificado.
Obras de Jiang Tingxi, do século XVIII, ‘escondidas’ em casas na Inglaterra
Reprodução/Roseberys
Mas como as obras foram parar nas duas casas?
Os dois conjuntos de pinturas foram adquiridos pelo major Iain Menzies após doação de sua tiaMuriel Wilson. Iain era irmão do major-general Sir Stewart Menzies, chefe do MI6 (serviço secreto britânico) durante a Primeira Guerra Mundial e chefe do Executivo de Operações Especiais Britânico, fundado em 1940 para coordenar espionagem e sabotagem contra as forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), na Segunda Guerra Mundial.
Depois que Iain Menzies morreu, as telas foram divididas entre herdeiros
Reprodução/Roseberys
As pinturas foram penduradas na casa de Iain em Hampshire (Inglaterra), durante a década de 1950. As obras foram levadas quando o oficial se mudou para em Hampstead, no noroeste de Londres, anos depois, passando a morar numa casa herdada de Muriel.
Quando Iain morreu, em 1979, as pinturas foram divididas entre dois herdeiros, que igualmente não tinham noção do valor das obras. Elas ficaram no “esquecimento” até a visita de rotina do especialista da Roseberys.