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Privatização da Copasa e da Cemig é criticada por especialistas

cemig e copasa. privatização
   

Estatais mineiras garantem acesso a serviços essenciais e combatem desigualdades

A privatização da Copasa e da Cemig é apontada como um erro grave por especialistas, sindicatos e movimentos sociais. Eles alertam para os impactos negativos que essa decisão pode causar à população mineira, principalmente aos mais pobres. Desde o início do governo Romeu Zema (Novo), o projeto de vender as estatais de saneamento e energia tem gerado forte resistência.

 

De acordo com trabalhadores do setor e entidades como o Sindieletro-MG e o Sindágua-MG, a Copasa e a Cemig vêm sendo propositalmente sucateadas para justificar a privatização. As empresas, no entanto, são reconhecidas nacional e internacionalmente por sua relevância no desenvolvimento social e ambiental do estado.

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Privatização da Copasa e da Cemig afeta direitos básicos

Tanto o acesso à água potável quanto o fornecimento de energia elétrica são direitos fundamentais da população. “A energia está presente em todas as atividades da nossa vida. Sem ela, escolas, hospitais e até a segurança pública são comprometidos”, explica Jefferson Silva, do Sindieletro-MG.

A Copasa adota o modelo de subsídio cruzado, usando os lucros dos municípios maiores para garantir saneamento em cidades pequenas e deficitárias. Segundo Eduardo Pereira, presidente do Sindágua-MG, empresas privadas evitam esse modelo e focam apenas em regiões lucrativas, ampliando a desigualdade.

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Estatais sustentam o desenvolvimento e a transição energética

A Cemig atua em 774 municípios mineiros, com mais de 9 milhões de consumidores. Já a Copasa atende 637 cidades com água e 330 com esgoto, impactando mais de 11 milhões de pessoas. Ambas têm papel essencial na transição energética justa e na proteção ambiental.

No último ano, a Copasa teve lucro de R$ 1,3 bilhão e a Cemig de mais de R$ 7 bilhões. Ainda assim, Zema insiste na privatização. Para Jefferson Silva, a justificativa de ineficiência é infundada:
“O planejamento de longo prazo é trocado por metas de curto prazo e lucratividade. Isso penaliza a população.”

Exemplos mostram fracassos das privatizações

Casos como o da Escelsa, no Espírito Santo, mostram como as tarifas dispararam após a privatização. Em 20 anos, o aumento foi de 752%, mais que o dobro da inflação. Em 2020, no Amapá, 90% da população ficou 22 dias sem energia por falta de manutenção na rede.

Na área de saneamento, experiências em Manaus, Rio de Janeiro e até em Paris — que teve de reestatizar os serviços em 2008 — reforçam os riscos de privatizar setores essenciais.

O relatório “Reconquistar os serviços públicos”, do TNI e EPSU, mostra que cidades como Hamburgo (Alemanha), Oslo (Noruega) e Grenoble (França) estão revertendo privatizações para garantir qualidade e acesso universal.

Reestatização como alternativa ao retrocesso

“Privatizar a Copasa e a Cemig é retirar do povo o direito de decidir sobre serviços básicos”, afirma Eduardo Pereira. Para ele, o caminho deveria ser o oposto: reestatizar empresas já vendidas, como fez a França com a Électricité de France (EDF), que voltou ao controle estatal visando a transição energética.

“Infelizmente, Zema quer mudar a Constituição de Minas para impedir o povo de se manifestar sobre o futuro das estatais. Isso é um golpe contra os mineiros”, alerta Jefferson Silva.

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