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Polícia faz operação contra esquema de internet do Comando Vermelho

A ação cumpre mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio Policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e da 21ª DP (Bonsucesso) deflagraram, nesta terça-feira, a Operação Cabo de Guerra, para desarticular um esquema criminoso de monopólio forçado de serviços de internet em comunidades controladas pela facção Comando Vermelho. A ação cumpre mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São Gonçalo e Cabo Frio, contando com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Houve confronto entre agentes e bandidos no Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital.
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As investigações apontaram que provedores clandestinos, amparados pela logística e apoio operacional da facção, impunham seus serviços de maneira violenta à população. As práticas incluíam sabotagem de redes concorrentes, ameaças a moradores e comerciantes, além do uso de equipamentos furtados e veículos descaracterizados para atividades ilícitas. Em Jardim Primavera, Duque de Caxias, equipes registraram em vídeos e fotos a ação de “operários” destruindo cabos de fibra óptica de provedores legítimos, ligados a empresas identificadas como parte do esquema.
Na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, novos flagrantes revelaram uma empresa retirando concorrentes à força. Um veículo da organização foi observado em patrulhamento irregular pela região, sempre em áreas onde provedores rivais haviam sido eliminados. Em outro ponto investigado, as autoridades localizaram um depósito com equipamentos de rede furtados e peças automotivas de origem duvidosa. A análise patrimonial revelou que o grupo adquiria veículos de leilões de seguradoras, uma tática para dificultar o rastreamento e ocultar bens usados nos crimes.
O esquema criminoso operava com uma clara divisão de tarefas, englobando desde a execução operacional até a logística de sabotagem e o controle territorial da oferta de internet. Essa estrutura configura organização criminosa, além de crimes como interrupção de serviços de telecomunicações, receptação e lavagem de dinheiro.
A dominação criminosa sobre a infraestrutura de internet em comunidades viola o direito fundamental à comunicação, ao acesso à informação e à cidadania digital. Ao bloquear a atuação de empresas legítimas, o crime priva populações de serviços essenciais de conectividade, indispensáveis para estudo, trabalho, acesso a serviços públicos e liberdade de expressão. A eliminação forçada de concorrentes também distorce o mercado, eleva preços e submete moradores a serviços precários, sem regulação ou proteção legal, gerando lucros para facções e reforçando seu controle territorial.
A operação busca apreender documentos, mídias digitais, equipamentos de rede e registros financeiros que comprovem os crimes e ampliem o mapeamento da rede criminosa. O material coletado será analisado e poderá subsidiar novas diligências e responsabilizações penais e civis.
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