
Grupo misturava areia a produtos desviados, causando prejuízos estimados em mais de R$ 15 milhões A Polícia Civil do Paraná (PCPR), com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), prendeu 24 pessoas nesta quarta-feira durante uma operação contra uma organização criminosa responsável por furtar, adulterar e revender ilegalmente cargas de soja e fertilizantes. O grupo misturava areia aos produtos desviados, causando prejuízos estimados em mais de R$ 15 milhões.
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Foram cumpridos 41 mandados de busca domiciliar e 40 ordens de sequestro de bens, além da apreensão de celulares, maquinário e insumos usados nas fraudes. Também foram localizados 17 caminhões e carretas utilizados nos crimes. As ordens judiciais foram executadas em oito cidades do Paraná e em Goiânia (GO).
A investigação começou em maio de 2022, após o furto de uma carga de fertilizante avaliada em R$ 95 mil. A partir do caso, os policiais descobriram um barracão onde a carga furtada era armazenada e adulterada. No local havia grande quantidade de equipamentos e materiais usados para falsificar produtos agrícolas.
Grupo misturava areia aos produtos desviados, causando prejuízos estimados em mais de R$ 15 milhões
Divulgação/PC-PR
Segundo a PCPR, a quadrilha desviou mais de 100 cargas, entre soja e fertilizantes. Entre os crimes apurados estão furto qualificado, receptação, falsidade ideológica, adulteração de produtos, indução ao erro, uso de duplicatas simuladas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A polícia identificou dois principais esquemas: um voltado à adulteração de fertilizantes, outro à subtração e adulteração de soja durante o período de safra. Os produtos eram levados a armazéns clandestinos, onde eram misturados a areia, calcário e silicato. Após reembalagem, voltavam ao mercado como se fossem originais.
“Dentro do grupo existiam funções específicas para cada membro. Havia aqueles que trabalhavam nos barracões, outros que cuidavam de descarregar os caminhões ou operavam tratores para carregamentos. Também havia aqueles que atuavam para abrir as bags sem romper lacres, além de um contador que cuidava da parte financeira e comercial da organização”, explicou o delegado da PCPR responsável pelas investigações, André Gustavo Feltes.
Notas fiscais falsas eram emitidas por empresas “noteiras”, muitas já encerradas, para dar aparência de legalidade às operações. A quadrilha também aliciava motoristas, que eram contratados por empresas de fachada ou cooptados pontualmente para desviar as cargas até os depósitos clandestinos.