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Ônibus no Rio: modelo exigido na nova licitação caiu em desuso na cidade por conta do asfalto, diz sindicato

   
   
 

Prefeitura tem estudo para que programa de recapeamento acompanhe áreas em que novos coletivos irão operar Com a substituição dos consórcios — Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz — atuais por 31 lotes, o Rio deve ter 5 mil novos ônibus até 2028, conforme as áreas forem sendo licitadas. Entre as determinações do município aos futuros operadores, está a de que os novos veículos devem ser do modelo piso baixo, acessados sem degraus ou sem necessidade de elevador (no caso de cadeirantes). Esse tipo de coletivo já foi usado na cidade, caiu em desuso ao longo dos últimos anos e representa menos de 0,25% da frota atual, com 10 veículos (num total de 4.085 coletivos). No caminho, porém, a qualidade do asfalto é um desafio a ser solucionado para receber esses ônibus.
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— A gente já vai estar alinhando com a Secretaria de Conservação (Seconserva), para que o programa Asfalto Liso acompanhe essa renovação de frota com piso baixo — reconheceu a secretária de Transportes Maína Celidonio em coletiva na última quarta-feira.
O estudo realizado em conjunto entre as pastas e a CET-Rio levará em conta o número de ônibus da nova frota, por exemplo, para que o programa de recapeamento seja implementado no ano que vem, informa a Seconserva. Desde 2021, mais de 920 quilômetros de asfalto foram instalados no Rio.
Maioria na garagem
Na década passada, os ônibus de piso baixo ganharam as ruas do Rio. Mas algumas das empresas que utilizavam o modelo fecharam as portas, como a Translitorânea Turística (2015) e a Transportes São Silvestre (2017), fenômeno que acelerou o desaparecimento desses coletivos das ruas cariocas. Atualmente, apenas a Viação VG, que opera linhas entre o Subúrbio da Leopoldina e a Zona Sul, e a Transportes Vila Isabel, que faz trajetos entre Vila Isabel e a Zona Sul, ambas em recuperação judicial, ainda têm veículos desse modelo na frota.
Na tarde desta quinta-feira, apenas três dos dez veículos piso baixo da cidade estavam em operação, segundo o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas na capital. Os demais ficam na garagem praticamente como frota reserva, por serem modelos mais antigos, próximos de 10 anos de uso, e que necessitam de mais manutenção que os convencionais. Em 2019, o Rio tinha 59 ônibus com piso baixo, enquanto, em 2023, eram 27.
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No mercado, esse modelo é considerado mais caro de manter, apesar de mais confortável e com melhor acessibilidade. Paulo Valente, porta-voz do sindicato, pontua, no entanto, que não foi esse o principal motivo para o modelo cair em desuso.
— Não podemos atribuir ao custo de manutenção, mas pela qualidade das pistas em que operavam, por conta de desníveis, buracos e quebra-molas — pontua Valente, que lembra que os modelos foram usados majoritariamente na Grande Tijuca e na Zona Sul.
Ônibus de piso baixo rodavam principalmente na Zona Sul e na Grande Tijuca
Custódio Coimbra / Agência O Globo / 05-04-2013
Diego Vaz, secretário de Conservação, rebate:
— As empresas usam não só esse argumento, como outros para justificar a má qualidade do serviço prestado.
Um ônibus convencional custa cerca de R$ 850 mil, enquanto um de piso baixo chega a R$ 1,2 milhão. Entre as exigências da prefeitura estão ainda o motor traseiro, ar-condicionado e assentos sem a necessidade de acolchoamento. Já em locais com ruas estreitas, modelos menores, esses, sim, com piso alto, poderão ser usados.
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Licitação de 31 lotes até 2028
Nesta semana, a prefeitura anunciou que licitará nos próximos anos 31 lotes de linhas de ônibus. Serão 22 lotes estruturais, que englobam linhas que ligam diferentes bairros, e outros 9 locais, que fazem trajetos numa área só. Os três primeiros terão o edital lançado em julho, com licitação prevista para outubro. Essa parte dos operadores deve começar a atuar em abril do ano que vem.
Essa mudança foi possível graças a um acordo entre o município e os quatro consórcios atuais, que concordaram com a antecipação do fim do contrato atual, que era válido até 2030. Agora, esse final será em 2028, com licitações realizadas em fase, com substituição gradativa das empresas, até lá.
Esse acordo tem estipulado que as empresas aposentarão até novembro os últimos ônibus sem aparelho de ar-condicionado da frota. Segundo a SMTR, a partir de 1º de novembro, “não haverá pagamento de subsídio” para esse tipo de veículo, que também não terá suas viagens considerados no cálculo da meta da quilometragem. “Este item não será aplicado às linhas e serviços das fases 1 e 2, que têm seu prazo de contrato abreviado”, ressalta a pasta.
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