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Nomes do samba e do carnaval fazem última homenagem a Bira Presidente, morto no último sábado, aos 88 anos

 

Realizado nesta segunda-feira (16) em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, velório do fundador do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal reuniu cantores Artistas, amigos e a família de Bira Presidente estiveram nesta segunda-feira no Cemitério Jardim da Saudade de Sulacap, na Zona Oeste do Rio, para prestar homenagens ao cantor, compositor e percussionista, que morreu aos 88 anos na noite do último sábado. O momento foi de despedida, mas também de agradecimentos a quem foi um dos maiores nomes da música brasileira. Um dos fundadores do Cacique de Ramos e do Fundo de Quintal, Ubirajara Félix do Nascimento ajudou a lançar as bases do pagode na música brasileira.
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Além de integrantes do Fundo de Quintal, nomes importantes do samba e do carnaval, como os cantores Dudu Nobre, Tereza Cristina, Jorge Aragão, Elimar Santos, Neguinho da Beija-Flor e Wander Pires, a rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, e a porta-bandeira da Beija-Flor, Selminha Sorriso, foram ao local e fizeram orações junto ao caixão de Bira, que estava coberto por bandeiras do Império Serrano, da Beija-Flor e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e por um pandeiro, instrumento pelo qual se notabilizou. Alguns fãs também eram vistos com camisas do bloco carnavalesco, como forma de homenagear o artista. O vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavaliere, também esteve no local .
— Bira e eu convivemos muitos anos juntos, fazendo aquelas safadezas que adolescente faz, até chegar numa certa idade. Esse grupo foi muito agraciado por Deus por tê-lo conosco — afirma o cantor Sereno, cofundador do Fundo de Quintal e Cacique de Ramos. — Ele sempre usava essas palavras: que nós tínhamos uma missão a cumprir. E essa missão ele deixa na minha mão hoje. Só peço a Deus muita força para dar continuidade (ao trabalho).
Junior Itaguay, cantor e compositor do Fundo de Quintal, lembra que Bira foi um orientador não apenas no jeito de conduzir o grupo, mas espiritualmente também. Talvez por isso muitas pessoas no Jardim da Saudade usavam vestes de suas religiões de matriz africana.
— Ele sempre teve um cuidado, um carinho por quem estava chegando ao grupo. Tinha toda uma atenção voltada para nós — diz o intérprete. — Com o grupo, foi formador de opinião e mudou todo o modo de se enxergar o samba. O Bira tinha um cuidado de perguntar para a gente se estávamos nos cuidando, principalmente pelo lado espiritual. Ele não orientava só musicalmente, mas como chefe de família.
Neguinho da Beija-Flor chega ao velório de Bira Presidente
Marcelo Theobald
Eram exatamente 16h37 quando a Capela 9 foi esvaziada e o corpo de Bira retirado do local — não sem antes uma homenagem. Integrantes do Fundo de Quintal e do Cacique de Ramos tomaram seus instrumentos e começaram a cantar. A primeira canção, como era de se esperar, marcou o tom da despedida: “O show tem que continuar”, lançada em 1988 pelo grupo. Depois, veio “A amizade” (2000), em que a existência do artista foi celebrada com gratidão. Fãs cantavam, estendendo CDs e instrumentos indígenas.
O cantor Jorge Aragão, que participou da primeira formação do Fundo de Quintal, entre as décadas de 1970 e 1981, afirmou que as homenagens prestadas ao cantor prenunciavam a continuidade do legado de Bira:
— É como se nós mesmos fôssemos o tronco, que vai ficando mais velho, enrugado, e vai caindo para que outros deem sequência. A gente acredita muito na continuidade, que as pessoas que vieram aqui vão dar sequência entregando, com alma, o mesmo nível de música que sempre procuramos fazer — comenta o cantor, de 76 anos.
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Dudu Nobre observa que os conselhos de Bira devem ser seguidos por quem fica e lembrq ainda que a sua figura — sempre com um sorriso no rosto e roupas impecavelmente cortadas — ficará na memória.
— Bira era um cara fora da curva, e a lembrança que fica pra gente são os conselhos que ele dava quando a gente se encontrava, quando ia ao Cacique de Ramos. E ele era sempre muito vaidoso, muito galanteador, um músico fantástico que revolucionou o nosso samba — diz o cantor.
Dudu Nobre no velório de Bira Presidente
Marcelo Theobald
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