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Mulheres que ‘desobedecem’ aos maridos são levadas a prisões sauditas, onde passam por ‘reabilitação’ para voltar para casa

   
   
 

Muitas detentas são vítimas de abusos sexuais dos parceiros ou de parentes, alerta entidade Mulheres consideradas “desobedientes” aos maridos estão sendo levadas a prisões na Arábia Saudita, onde passam fome, são confinadas em solitárias e acabam submetidas a uma programa de “reabilitação” para voltar para casa.
Várias detentas relataram ter sido enviadas para essas penitenciárias por se oporem a abusos sexuais em casa, de acordo com reportagem publicada no “Guardian”.
Muitas das mulheres são confinadas em espaço minúsculo para que “reflitam”, orem e se “reconciliem” com seus agressores cruéis. Casos documentados mostram evidências de abuso e negligência no complexo prisional de Dar al-Re’aya (casas de repouso, em árabe), de acordo com o grupo de direitos humanos ALQST. Vários episódios de tentativas de suicídio nos últimos anos também foram relatados.
Uma ativista que luta pela abolição dessas instalações brutais, Sarah Al-Yahia, disse ao “Guardian” que seu pai ameaçou mandá-la para uma quando criança “caso se opusesse ao seu abuso sexual”.
“Se você for abusada sexualmente ou engravidar do seu irmão ou pai, você será enviada para Dar al-Re’aya para proteger a reputação da família.”
Ela acrescentou que, muitas vezes, as mulheres recebem a escolha impossível de suportar abusos horríveis em casa ou serem trancadas em centros de “reabilitação”.
As “casas de repouso” existem desde a década de 1960 e foram inicialmente apresentadas como um “abrigo” de reabilitação para mulheres acusadas ou condenadas por determinados crimes. Suas celas abrigam meninas e mulheres com idades entre 7 e 30 anos. Boa parte delas é acusada de “desobediência” por seus tutores homens.
Outra mulher saudita, de 38 anos, que fugiu para o exílio disse que essas prisões são bem conhecidas em todo o país. As detentas são chamadas por números, não por nomes, e constantemente submetidas a revistas íntimas.
“É como o inferno. Tentei tirar a minha vida quando descobri que seria levada para uma. Eu sabia o que acontecia com as mulheres lá e pensava: ‘Não consigo sobreviver’.”, desabafou ela.
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