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Monte Rinjani na Indonésia, onde turista brasileira está à espera de resgate, já foi cenário de outros acidentes graves

 

Resgates arriscados e mortes recentes mostram os perigos da trilha mesmo com guias experientes Um passeio em busca de aventura no sudeste asiático terminou com um pedido urgente de socorro. A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, de Niterói, no Rio de Janeiro, caiu durante uma trilha guiada no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. O caso reacende o alerta sobre os perigos escondidos nas belas trilhas do Monte Rinjani, um dos destinos mais procurados da Indonésia por turistas e montanhistas, mas também um dos mais desafiadores.
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Nos últimos anos, o Monte Rinjani tem sido palco de uma série de acidentes graves, envolvendo tanto turistas estrangeiros quanto montanhistas locais. As trilhas traiçoeiras e o terreno acidentado já provocaram quedas fatais e resgates dramáticos.
Entre os casos mais recentes estão a morte de um montanhista malaio em maio de 2025; a queda de um adolescente indonésio em 2024; o acidente com um turista irlandês que milagrosamente sobreviveu a uma queda de mais de 200 metros; e o falecimento de um jovem israelense em 2022.
Histórico de acidentes
Maio de 2025
O acidente mais recente até o caso da brasileira foi com o malaio Rennie Bin Abdul Ghani, de 57 anos. Em 5 de maio de 2025, durante a descida da área do Lago Segara Anak pela trilha Torean, Rennie se afastou do grupo e caiu em uma ravina de 80 metros. Apesar do esforço das equipes de busca e salvamento, ele foi encontrado já sem vida.
Segundo a Autoridade do Parque Nacional de Rinjani, o grupo havia parado para descansar quando Rennie decidiu seguir sozinho à frente, desconsiderando o protocolo de segurança.
A operação de evacuação durou mais de três horas devido à complexidade do terreno. Segundo testemunhas, Rennie dispensou o uso de cordas de segurança, o que pode ter contribuído para a tragédia.
Outubro de 2024
O irlandês Paul Farrel, de 31 anos, caiu de um penhasco de aproximadamente 200 metros enquanto fazia trilha sozinho. Incrivelmente, ele sobreviveu somente com ferimentos moderados. O resgate só foi possível após ele conseguir sinal de celular e acionar ajuda.
Poucos dias antes, o corpo do indonésio Kaifat Rafi Mubarraq, de apenas 16 anos, foi encontrado após mais de uma semana de buscas com drones e equipes terrestres. O jovem desapareceu no dia 29 de setembro durante uma trilha com amigos. Ele caiu em uma ravina na região de Pelawan Sembalun, e o mau tempo dificultou o resgate.
Agosto de 2022
Um jovem israelense de 19 anos perdeu a vida em agosto de 2022 durante uma escalada no Monte Rinjani. A queda foi fatal, e o corpo só foi recuperado após operação conjunta entre equipes locais e uma empresa israelense especializada em busca e resgate. O caso mobilizou inclusive o consulado israelense em Singapura.
O que é o Monte Rinjani?
Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo pico mais alto da Indonésia e um dos vulcões ativos do país. Localizado na ilha de Lombok, o monte faz parte do Parque Nacional Gunung Rinjani, uma área protegida e reverenciada tanto por sua imponência geológica quanto por seu valor espiritual para os locais.
A trilha até o cume pode durar de dois a quatro dias, dependendo da rota, e atravessa florestas densas, desfiladeiros íngremes e áreas de altitude com temperaturas que podem despencar durante a noite. O parque nacional recebe entre 40 mil e 50 mil visitantes por ano — a maioria atraída pelas paisagens exuberantes, pelo lago da cratera Segara Anak e pela possibilidade de acampar em plena borda vulcânica.
Mesmo com a presença de guias credenciados e o controle de acesso ao parque, o Rinjani continua sendo um desafio físico e psicológico. Segundo o chefe do Centro de Conservação de Rinjani, Yemen, os acidentes são recorrentes principalmente entre turistas que não conhecem bem as condições do terreno. “É fundamental estar física e mentalmente preparado e nunca subestimar o desafio que o Rinjani representa”, disse em entrevista à agência Antara.
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