Comitiva do DF em missão oficial em Israel desde o sábado (7) tem causado grande repercussão. O grupo, liderado pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha, está no país mesmo diante do cenário de guerra e da crise humanitária em Gaza.
Além da primeira-dama, integram a missão os secretários Marco Antônio Costa Júnior (Ciência e Tecnologia), Ana Paula Soares Marra (Desenvolvimento Social), Rafael Borges Bueno (Agricultura) e Thiago Frederico Costa (Segurança Pública). A missão, promovida pelo Consórcio Brasil Central, reúne também representantes de outros estados.
Segundo publicação no Diário Oficial, o Governo do DF arca com todos os custos da viagem, com exceção das diárias da primeira-dama. A programação inclui visitas a empresas de tecnologia militar como a Rafael Advanced Defense Systems e reuniões sobre cibersegurança em Berseba.
Em suas redes sociais, Mayara Rocha exaltou Israel como exemplo de superação. “Israel nunca permitiu que a escassez e os conflitos os impedissem de avançar”, declarou. No entanto, ela não fez menções à guerra em Gaza ou ao número de mortos palestinos — mais de 54 mil, segundo o Ministério da Saúde local.

A viagem ocorre enquanto a comunidade internacional intensifica críticas ao governo israelense. Em vídeo publicado domingo (8), Mayara afirmou que o DF “demonstra ao mundo” o princípio de “solidariedade sem fronteiras”. Porém, o Sindsasc classificou o momento da visita como “inoportuno” e incompatível com os princípios da assistência social. “Dezenas de milhares de palestinos estão morrendo. Isso é absolutamente incompatível com os Direitos Humanos.”
A comitiva também visitará o Museu do Holocausto, o Instituto Shalva e o Sheba Medical Center. Segundo o BrC, o objetivo é absorver conhecimento em inovação, segurança e inclusão.
A repercussão cresceu após a prisão de Thiago Ávila, ativista brasiliense que integrava a Flotilha da Liberdade — missão humanitária que tentava levar suprimentos a Gaza. A Marinha de Israel interceptou o veleiro Madleen e deteve os tripulantes. O Itamaraty pediu a libertação dos brasileiros.
Enquanto isso, vozes da sociedade civil e organizações internacionais continuam denunciando a violação de direitos humanos na Faixa de Gaza.