

As Palavras Também Gemem (Ou Pelo Menos Sussurram…) Ah, a sexualidade! Aquele tema que desperta curiosidade, risos nervosos, debates acalorados e, claro, muitas metáforas criativas. Se tem uma coisa que acompanha o sexo desde os primórdios da humanidade para além da própria humanidade, é a linguagem.
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Sim, amigos e amigas! Antes mesmo de inventarmos o Wi-Fi, o emoji de berinjela e os nudes mal focados, já estávamos usando palavras para falar de desejo, sedução e todas aquelas outras coisinhas que acontecem entre quatro paredes… ou ao ar livre, dependendo da ousadia.
Então? O que você acha de explorarmos, assim, sem nenhuma segunda intenção (sei!) o delicioso vocabulário da sedução, da caverna ao WhatsApp, passando pelo twitter (ah! Quem aí aceita 100% esse novo nome X?)
Lá na pré-história, a comunicação era mais direta: um olhar, um gesto, talvez um grunhido convincente. Avançando algumas centenas de séculos, vieram os poemas, as cartas de amor e os bilhetes dobrados em formato de coração. Hoje, é mais provável que você conquiste alguém com um bom “Oi, sumido” ou um que tal “Netflix e…?” (a gente sabe o resto).
A linguagem é viva, meu povo! Ela muda, evolui, acompanha a sociedade e a sexualidade vai junto, de mãos dadas e com uma piscadinha no caminho.
Termos, rótulos e aquela sopa de letrinhas que só aumenta…
Nos últimos anos, a sexualidade ganhou uma nova aliada: a diversidade linguística. Termos como heterossexual, homossexual, bissexual, assexual, pansexual, demissexual, entre outros, começaram a fazer parte do vocabulário popular.
Aí você pensa: “Nossa, mas precisa de tanto termo assim?” Precisa, sim! Linguagem é inclusão. Quando você nomeia uma identidade, você valida a existência daquela experiência.
É como se a língua portuguesa tivesse aberto um novo cômodo na casa da comunicação, só pra garantir que todo mundo se sinta à vontade na festa e nem preciso falar sobre aceitação e acolhimento, se você está aqui, lendo esse texto, tenho certeza que sabe bem o que estou falando.
As palavras como convite (ou como armadilha)
Quem nunca se pegou pensando antes de mandar uma mensagem mais picante? Um simples “Oi, tudo bem?” pode carregar intenções que só o contexto e o tom de voz (ou o horário da mensagem) vão revelar.
A linguagem na sexualidade é tão poderosa que pode seduzir, provocar, consentir… ou, claro, atravessar todos os limites do bom senso quando usada de forma invasiva ou desrespeitosa.
Aliás, é por isso que termos como consentimento, limite e comunicação aberta também estão ganhando destaque nas conversas sobre sexo.
Sim, falar sobre o que gosta e o que não gosta é sexy. Muito sexy, é necessário, pertinente e jamais pode ser deixado de lado.
Novos códigos, novas gírias, mesma intenção…
Se antes o máximo de código que alguém usava era um bilhete passado em sala de aula, hoje temos um verdadeiro dicionário da paquera online:
Ficar de crush (Gíria que descreve uma atração romântica por alguém)
Mandar um sexting bem elaborado (Sexting é o ato de criar, compartilhar ou encaminhar conteúdo sexualmente explícito por mensagens, fotos ou vídeos, use com moderação ou não use se tiver dúvida da aceitação pela outra pessoa)
Sim meninos, todas as imagens dos seus piupius, não solicitados e sem que haja a mínima intimidade entre as partes, na maioria das vezes ou fazem rir ou causam raiva.
Falar de “match” como se fosse destino escrito nas estrelas (ou no algoritmo do aplicativo)
Soltar um “tô on” só pra dar aquela provocada básica, tudo isso é válido, dentro do código do bom senso.
Mas não podemos negar que é um verdadeiro parque de diversões linguístico! Só não vale esquecer que por trás de cada mensagem, DM ou emoji sugestivo, tem uma pessoa real, com sentimentos, vontades e limites.
Sexualidade além do sexo: identidade, expressão e representatividade
E não podemos esquecer: sexualidade não é só o ato em si. É também identidade, expressão de gênero, afetividade. A forma como falamos sobre isso tudo faz diferença!
Pensa bem: quando você usa a palavra certa pra se referir a alguém trans, não-binário ou de qualquer outra identidade, você não está só sendo educado. Está dizendo: “Ei, eu reconheço você e o aceito. Você existe e tem direito de ser exatamente quem é.”
E isso, meu amigo, minha amiga, meu amigue… também é uma forma de carinho.
E a pergunta final: Como melhorar a comunicação na sexualidade?
Aqui vai um combo básico de dicas que cabem em qualquer idioma:
1. Pergunte antes
Parece óbvio, mas muita gente esquece: consentimento é tudo. Perguntar o que a pessoa gosta (e o que não gosta) é sinal de respeito.
2. Seja claro(a) Nada de jogar indiretas enigmáticas achando que o outro tem uma bola de cristal. Quer algo? Fale. Não quer? Também fale.
3. Ouça de verdade A comunicação não é só falar. Saber ouvir (sem julgamentos e com atenção) é fundamental.
4. Expanda seu vocabulário
Leia, converse, pesquise. Quanto mais você conhecer as diferentes formas de vivência da sexualidade, melhor será sua capacidade de respeitar e incluir.
5. E, claro… Divirta-se com as palavras! Afinal, um bom trocadilho nunca fez mal a ninguém.
Conclusão: Entre palavras e corpos, o que conta é a conexão
No fim das contas, a linguagem e a sexualidade são duas coisas que se misturam o tempo todo. Uma conversa pode ser tão excitante quanto um beijo. Um texto pode ser mais provocante que uma foto. Um “bom dia” dito do jeito certo pode ter mais segundas intenções do que um poema inteiro.
Então, use as palavras com cuidado, com criatividade e com muito respeito. Porque, no final, o maior afrodisíaco ainda é a boa comunicação.
Quer saber mais profundamente onde a boa comunicação vai dar? Leia As Cinco Linguagens do Amor do Gary Chapman
E se além das palavras, vocês estão precisando de muita pimenta, espero lá no Privacy