Aiatolá Khamenei afirma que país mostrou poder inédito e critica EUA e Trump
O Irã reivindica vitória contra Israel com força que, segundo o líder supremo Ali Khamenei, “nenhum inimigo esperava”. Em discurso televisionado nesta quinta-feira (26), o aiatolá afirmou que a resposta iraniana à ofensiva de Israel foi devastadora e fora das previsões dos adversários. O confronto, iniciado em 13 de junho, intensificou tensões na região e envolveu diretamente os Estados Unidos.
“A ideia de que a República Islâmica pudesse realizar ataques tão devastadores nunca passou pela cabeça do inimigo, mas isso aconteceu”, disse Khamenei. “Israel quase colapsou com os ataques do Irã.”
Confronto direto e críticas à ação americana
Khamenei descreveu a ação israelense como uma “agressão não provocada”. Ele também denunciou os EUA, que bombardearam três centros nucleares iranianos: Fordo, Natanz e Isfahan. Para o líder iraniano, os ataques foram uma tentativa de evitar o colapso do regime israelense.
“É um grande feito. E isso pode acontecer de novo no futuro”, advertiu Khamenei ao comentar o ataque à base militar de Al Udeid, no Catar, uma das principais dos EUA no Oriente Médio. Segundo ele, o Irã demonstrou capacidade de atingir alvos estratégicos americanos se julgar necessário.
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Acusações a Trump e documentos vazados
O aiatolá também criticou Donald Trump por manipular informações sobre o conflito. Segundo ele, o ex-presidente exagerou ao dizer que o Irã sofreu “danos totais”, ignorando o próprio relatório confidencial do governo americano, que indicava apenas atrasos limitados no programa nuclear iraniano.
“Ele exagerou os acontecimentos de forma incomum, o que mostra o quanto precisava construir uma narrativa favorável”, afirmou Khamenei.
A Casa Branca reconheceu a autenticidade do documento vazado, mas o classificou como “equivocado”. Já o diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou que houve danos “graves”, sem apresentar provas.
Controvérsias sobre o programa nuclear
Teerã nega possuir ambições militares em seu programa nuclear. Para o Irã, o projeto tem fins civis. Já os EUA e Israel alegam o contrário. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou que perdeu o acesso ao monitoramento do estoque de urânio iraniano e pede entrada imediata nas instalações atingidas.
Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, declarou que ainda não é possível avaliar a dimensão dos danos.
Mortes, diplomacia e rejeição à rendição
Segundo o Irã, 627 civis morreram e 4.800 ficaram feridos após os ataques israelenses. Em contrapartida, os mísseis e drones iranianos causaram 28 mortes em Israel.
Apesar da tragédia, Teerã sinalizou disposição para retomar o diálogo sobre seu programa nuclear. O porta-voz da diplomacia iraniana confirmou danos significativos nas instalações, mas reafirmou a intenção de negociar. O presidente dos EUA disse que um novo encontro poderá ocorrer “na próxima semana”.
Ainda assim, Khamenei rejeitou veementemente qualquer ideia de rendição:
“É ridículo falar em rendição de uma nação como o Irã, com sua história, sua cultura e sua vontade forjada em aço. A grandeza do povo iraniano jamais permitirá isso. Somos uma nação honrada e continuaremos a ser.”
Com informações da AFP e Tasnim.
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