
Cantor passa por audiência de custódia horas após ser preso em sua casa, no Recreio, por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes A Justiça do Rio manteve a prisão do MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, em audiência de custódia realizada nesta quinta-feira. O cantor, preso no início da manhã em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, é investigado por apologia ao tráfico de drogas. Um dos casos citados é do baile funk na Cidade de Deus, dois dias antes da morte de um policial da Core durante uma operação na comunidade há dez dias.
Prisão de MC Poze do Rodo: para polícia, CV usa artistas e influenciadores para promover crime e financiar tráfico
Avaliado em R$ 1 milhão: carro de Poze do Rodo foi levado pela polícia por cor constar diferente no documento
De acordo com as investigações, o MC realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Nessas apresentações, cita a polícia, há a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a “segurança” do artista e do evento.
Segundo a defesa, policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do funkeiro para recolher joias — muitas delas com símbolos que fariam referência a traficantes ligados à facção criminosa Comando Vermelho — além de celulares, eletrônicos, documentos e possíveis armas de fogo. No entanto, de acordo com o advogado, nenhuma arma foi encontrada na casa. O repertório das músicas apresentadas por MC Poze também foi analisado, o qual a polícia diz fazer “clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
“A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas”, afirma nota da secretaria.
De acordo com decisão judicial, a investigação da DRE indica que indiciado tenha forte vínculo com o CV, porque teria livre acesso às comunidades dominadas pela facção criminosa e faria os shows com apoio de pessoas armadas com fuzis, além de incentivar o tráfico de drogas e incitar a violência contra os traficantes de drogas pertencentes a outras facções criminosas, conforme divulgado pelo Tribunal de Justiça do Rio.