
Fábio Toshiro Kikuta foi atingido por carro na orla do Recreio dos Bandeirantes, em julho de 2024; Audiência acontece nesta quarta-feira no TJ; Vitor Belarmino ficou foragido por dez meses antes de se entregar A Justiça do Rio interroga, na tarde desta quarta-feira, o influenciador Vitor Vieira Belarmino, acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta horas após seu casamento, em março de 2024. O depoimento está marcado para as 13h, na 1ª Vara Criminal da capital.
Será a primeira vez que Vitor Belarmino prestará depoimento sobre o caso desde o atropelamento, registrado por câmeras de segurança na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. As imagens mostram o veículo em alta velocidade no momento em que atinge a vítima.
O influenciador é réu por homicídio doloso — quando há intenção de matar — e por omissão de socorro. Ele ficou foragido por dez meses e se apresentou à polícia no último dia 19, na 42ª DP (Recreio).
Durante o período em que esteve foragido, a defesa chegou a pedir à Justiça que o interrogatório ocorresse por videoconferência, alegando dificuldades para garantir sua segurança. A solicitação, no entanto, foi negada pela juíza Alessandra Roidis, que também vetou a presença da imprensa na audiência desta quarta-feira por conta do espaço limitado da sala onde o ato será realizado.
Responsável pela investigação, o delegado Alan Luxardo afirmou que Belarmino optou por não prestar depoimento no momento da apresentação. À época, a defesa declarou que o influenciador estava “muito arrependido de não ter prestado socorro” e que decidiu se entregar “para colaborar com a Justiça”.
Em nota, o advogado Gabriel Habib, que representa Vitor, afirmou que “hoje será o momento em que o ele se defenderá e contará a sua versão dos fatos”.
Fábio Toshiro Kikuta havia deixado a cerimônia de casamento e caminhava pela orla com amigos quando foi atingido. A morte do empresário gerou comoção nacional.
— Fiz de tudo para evitar. Eu não atropelei, eu não peguei o carro, perdi a direção e o atropelei: ele entrou na frente do meu carro, eu desviei, saí da frente dele e ele caiu em cima do meu carro. Isso é claro nas imagens — disse Vitor à Record. — Decretaram a prisão em cima de uma bebida que era de uma amiga minha, não era minha: tinha, sim, bebida no carro, mas claramente em todas as imagens mostram que essa bebida era da Amanda, da minha amiga, não era minha.
Vitor Belarmino fugiu sem prestar socorro após o atropelamento. Ele dirigia uma BMW branca e estava com seis mulheres. Uma delas, de 20 anos, contou à polícia que estavam comemorando seu aniversário em um condomínio próximo à Praia do Recreio e, por volta das 23h, saíram para dar uma volta pela orla no carro do influenciador. Sentada no banco do carona, a jovem disse ter visto Vitor “desviar de um carro” antes de atingir Fábio. Segundo ela, as mulheres foram deixadas a poucos metros do local, enquanto Vitor fugiu sozinho com o veículo.
A investigação apontou que Vitor Belarmino dirigia entre 109 km/h e 160 km/h no trecho da Avenida Lúcio Costa antes do atropelamento. Segundo a polícia, se ele estivesse no limite da via, de 70 km/h, teria tido tempo de frear antes de atingir a vítima. Em depoimento, o influenciador disse ser comum motoristas ultrapassarem a velocidade permitida no local devido ao “índice de assalto” na região. Ele também afirmou estar “preso em casa” por algo que, segundo ele, não teve intenção de causar.
— Eu sei o quanto eu fiquei abalado com isso. A primeira coisa que fiz quando cheguei no local seguro foi orar para que nada de mal tivesse acontecido. Eu errei, sim, em ter evadido do local, mas eu estava em total desespero no ambiente — alegou Vitor, que relatou que pediu para uma amiga ligar para o socorro, enquanto ele iria “procurar um advogado para provar tudo” que tinha visto. — Fiquei desesperado por conta de um episódio recente em que eu fui agredido, espancado, roubado e os causadores disso não foram nem intimados.