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Irlanda começa exumação de ossadas de quase 800 crianças mortas em abrigo de mães solteiras

 

Mortos tinham entre 35 semanas de gestação e três anos de idade; foram encontrados apenas dois registros de enterro Autoridades da Irlanda iniciaram nesta semana a exumação dos restos mortais de 796 crianças que morreram num antigo abrigo para mães solteiras na cidade de Tuam.
O caso veio à tona em 2014, após um levantamento feito pela pesquisadora Catherine Corless, natural da mesma cidade. Ela analisou registros de óbitos e certidões do abrigo, que funcionou entre 1925 e 1961. Dos quase 800 mortos, apenas dois tinham registro de enterro.
Em 2017, uma escavação inicial confirmou que os corpos foram descartados em uma antiga fossa do terreno. A investigação apontou que os mortos tinham entre 35 semanas de gestação e três anos de idade.
O abrigo era administrado pela ordem de freiras Irmãs Bon Secours, que também gerenciava o Hospital Grove na mesma cidade, e recebiam mulheres grávidas fora do casamento para que pudessem dar à luz secretamente. Muitas eram submetidas a até um ano de trabalho não remunerado.
Era comum que as crianças morressem vítimas de negligência, doenças ou desnutrição. As que sobreviviam eram entregues para adoção, nem sempre dentro da lei.
O caso gerou uma investigação nacional e levou o governo irlandês a pedir desculpas formais em 2021. A previsão é que os trabalhos de exumação durem até dois anos, com objetivo de identificar os restos e entregar os corpos às famílias.
Ao longo da pesquisa, Catherine enfrentou resistência de moradores, que a acusavam de “manchar o nome de Tuam”, da Igreja e de parte da imprensa, que colocaram em dúvida os dados. Em entrevista ao jornal “The Irish Times”, Catherine afirmou que sente alívio com o início da retirada dos corpos.
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