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Greve de professores do DF continua após assembleia; PM usa spray de pimenta contra categoria

Professores e orientadores da rede pública do Distrito Federal decidiram, em assembleia na manhã desta segunda-feira (16), manter a greve iniciada no dia 2 de junho. O ato reuniu servidores no Eixo Monumental, em Brasília, e foi seguido por uma marcha até a sede da Secretaria de Educação do Distrito Federal, que fica localizada em um shopping na capital. Durante o protesto, a Polícia Militar do DF usou spray de pimenta para impedir a entrada dos educadores no prédio.

 

A paralisação já entrou na sua terceira semana. Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 19,8%, valorização da progressão horizontal por qualificação (especialização, mestrado e doutorado), ampliação dos percentuais de aumento por mudança de padrão, e o reconhecimento do tempo de serviço de professores temporários quando efetivados. O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) critica a ausência de diálogo com o Governo do Distrito Federal. De acordo com o sindicato, o movimento paredista já é histórico, tendo em vista que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) “se propôs a cumprir um papel de mediação” entre a categoria e o governo.

“O que resolverá nossa greve é proposta concreta do governo”, afirmou a diretora do Sinpro Márcia Gilda. “É reestruturação da carreira, recomposição salarial, nomeação de todos os aprovados, novo concurso público, regularização do repasse do Inss dos professores em CT”, completou.

A greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que inicialmente determinou multa de R$ 1 milhão por dia ao Sinpro-DF. A decisão foi parcialmente revertida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que suspendeu a multa, mas manteve a ordem de encerramento da paralisação e autorizou o corte de ponto dos grevistas. Mesmo assim, na quarta-feira (11), o TJDFT voltou a aplicar uma nova multa ao sindicato, desta vez no valor de R$ 300 mil por dia de descumprimento.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) em declarações recentes, afirmou que não haverá reajuste salarial para nenhuma categoria do funcionalismo público em 2025 e confirmou o corte de ponto dos professores em greve.

Durante a assembleia desta segunda, representantes do Sinpro-DF criticaram o que chamaram de “intransigência do governo Ibaneis” e a “omissão da Secretaria de Educação no momento mais crítico da categoria”.

Em nota ao Brasil de Fato DF, a Secretaria de Educação disse que esperava que “a decisão fosse pelo retorno imediato das aulas. O Governo do Distrito Federal manteve-se aberto ao diálogo e à construção de soluções”.

Ainda de acordo com a pasta, existe um processo de negociação em curso e que a manutenção da greve foi recebida com “surpresa”, “especialmente quando havia um caminho de diálogo e entendimento sendo construído”.

Truculência da PM

Educadores são recebidos com gás de pimenta na porta da secretaria. Fotos e montagem: Luzo Comunicação.
 

Na chegada à sede da Secretaria, a categoria de professores e orientadores foi recebida com gás de pimenta pela Polícia Militar. Em nota, o órgão disse que “atuou para garantir a ordem pública e a segurança”.

Ainda de acordo com a PM-DF, alguns manifestantes bloquearam a entrada da Secretaria, impedindo a locomoção no local e que diante da resistência em liberar a entrada “foi necessário o uso de um instrumento de menor potencial ofensivo (gás de pimenta) para restaurar a ordem e preservar a integridade física de todos os envolvidos, inclusive dos próprios manifestantes”.

Para o Sinpro a recepção violenta da política não foi novidade, pois estaria “em consonância com a intransigência com a qual o governador Ibaneis Rocha vem tratando a categoria”.

Mobilização

A mobilização do movimento paredista continua ao longo da semana e uma nova assembleia foi convocada para o dia 24 de junho, onde a categoria deverá apontar os rumos da greve.

*Com informações do Sinpro-DF.

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