

Analista usa dados do Google para monitorar os picos de pedidos nos arredores do quartel-general militar americano, na Virgínia; ‘índice pizza’ bateu com o ataque de Israel contra o Irã na última quinta-feira A tensão vivida antes de um grande ataque, que pode demorar horas, requer carboidratos. Os pedidos às pizzarias nos arredores do Pentágono, em Arlington (Virgínia, EUA), coincidentemente, explodiram na noite de quinta-feira (12/6).
Para o responsável por uma conta no X, não há “coincidência”. Segundo ele, o aumento considerável de pedidos de pizzas está intimamente ligado à proximidade de uma grande operação militar e à concentração de oficiais no Pentágono para acompanhar os seus desdobramentos.
O Pentagon Pizza Report passou a monitorar por dados disponíveis no Google o tráfego em pizzarias em Arlington, Virgínia, sede do quartel-general militar americano, que abriga 24 mil funcionários.
E tamanha é a aparente confiabilidade do chamado “índice de pizza” que agora está sendo citado por investigadores da Open-Source Intelligence, que geralmente se baseiam em dados de rastreamento de voos em tempo real e imagens de satélite da movimentação de tropas para detectar os primeiros sinais de ataques militares.
Na noite de quinta-feira, por volta das 19h (horário no Leste dos EUA), qualquer estabelecimento que vendesse massa a menos de cinco quilômetros do Pentágono viu um aumento repentino no movimento. “Às 18h59 (horário do leste dos EUA), quase todas as pizzarias próximas ao Pentágono experimentaram um ENORME aumento na atividade”, registrou a conta no X.
Apenas cerca de 10 minutos depois, houve uma queda significativa no movimento em cada um desses locais. Era como se um intervalo entre as reuniões tivesse provocado uma onda de pedidos para viagem e entrega, que depois diminuíram novamente com a retomada do trabalho.
Às 23h55 (horário em que a maioria dos restaurantes já havia fechado), um restaurante para viagem que fica aberto até meia-noite subitamente apresentou atividade “mais movimentada do que o normal”.
“Faltando minutos para fechar, o District Pizza Palace, que não fica muito longe do Pentágono, está enfrentando um enorme aumento no tráfego”, postou a conta.
A oito quilômetros de distância, as lojas da rede Domino’s perto da Casa Branca também estavam enfrentando “níveis de tráfego acima da média”.
Região ao sul de Teerã atacada por Israel
AFP
Uma hora e meia após o pico de movimento às 19h nas pizzarias perto do Pentágono, explosões foram ouvidas em Teerã e o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse que o país havia lançado um “ataque preventivo contra o Irã”.
Ao longo dos anos, os padrões de entrega de pizza no centro de Washington, estranhamente, provaram ser um indicador de grandes eventos geopolíticos.
“Eu sempre soube que havia algum tipo de crise acontecendo na Ala Oeste depois do expediente, quando via a chegada das pizzas. A dica para os jornalistas: sempre monitorem as pizzas”, afirmou em entrevista em 2010 Wolf Blitzer, que foi repórter de assuntos militares da CNN antes de se tornar correspondente da Casa Branca.
Não faltam exemplos para tornar o “índice pizza” crível. Em 1º de agosto de 1990, os pedidos de pizza teriam disparado enquanto Saddam Hussein se preparava para invadir o Kuwait no dia seguinte. Quando a Operação Tempestade no Deserto (também conhecida como Guerra do Golfo) foi lançada em 1991, em resposta ao ditador iraquiano, Frank Meeks, dono de 59 franquias da Domino’s na região de Washington, disse a veículos de notícias que seus pedidos disparavam sempre que uma ação militar era iminente.
Em dezembro de 1998, com a Operação Raposa do Deserto (uma grande campanha de bombardeios contra o Iraque) em andamento, “a Casa Branca encomendou 32% mais pizzas com queijo extra do que o normal”, informou o “Washington Post”.
Usuários do X brincaram que o Pentágono deveria pedir hambúrgueres num próximo “plantão” diante da iminência de um ataque militar esperado pelos EUA.