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Evento reúne mais de 200 representantes da economia solidária em Porto Alegre

   

Representantes de empreendimentos da economia solidária de seis regiões do Rio Grande do Sul se reúnem em Porto Alegre, nos dias 27 e 28 de junho, para o 5º Encontro Estadual promovido pela Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil (Unisol-RS). Esta é a primeira atividade presencial organizada pela rede após as enchentes ocorridas em maio de 2024, que impactaram fortemente trabalhadores e estruturas de produção no estado.

 
 

Com mais de 200 participantes confirmados, o evento tem como objetivo ampliar a articulação entre cooperativas, associações e coletivos, além de promover o debate sobre políticas públicas e estratégias de fortalecimento das cadeias produtivas solidárias. Participam empreendimentos das regiões Metropolitana, Vale do Sinos, Fronteira Oeste, Sul, Planalto e Litoral, que atuam nos segmentos de reciclagem, confecção, alimentação saudável, artesanato e finanças comunitárias.

A abertura oficial ocorre na manhã da sexta-feira (27), às 10h, no Hotel Embaixador, no Centro Histórico da capital gaúcha. Entre as presenças previstas estão o secretário nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto de Carvalho, além de lideranças políticas e movimentos sociais.

Empreendimentos de artesanato fortalecem redes locais de produção e geração de renda solidária – Foto: Arquivo Unisol-RS
 

Encontro destaca papel das redes colaborativas

Com oficinas, painéis e rodas de conversa, a programação propõe a construção coletiva de propostas e a criação de novas parcerias. Segundo a organização do evento, um dos focos é a retomada de atividades interrompidas ou afetadas pelas enchentes, além do fortalecimento de práticas associativas como comercialização conjunta, compras coletivas e a busca por instrumentos de apoio institucional.

Para a presidenta da Unisol-RS, Nelsa Nespolo, a mobilização representa a força de superação dos empreendimentos que compõem a rede. Ela ressalta que a economia solidária tem enfrentado desafios significativos desde os eventos climáticos que atingiram o estado, mas que a atuação conjunta foi fundamental para garantir o apoio às comunidades. “A rede esteve presente com alimentos, colchões, abrigos e articulação de recursos, mesmo diante da desestruturação causada pelas cheias”, afirma.

Nespolo também relata que teve sua moradia e o empreendimento Justa Trama afetados pelas águas na zona norte da capital. Para ela, o reencontro tem valor simbólico e prático. “É uma forma de recomeçar, fortalecendo as estratégias coletivas que sustentam esse modelo de produção.”

Trabalhadores da reciclagem em atividade – Foto: Arquivo Unisol-RS
 

Investimentos públicos e apoio institucional

Diante dos prejuízos causados pelas enchentes, iniciativas de apoio emergencial e estrutural foram organizadas por entidades públicas e organizações sociais. Um dos exemplos é a Fundação Banco do Brasil, que disponibilizou recursos para alimentação, equipamentos, veículos e recuperação de espaços de trabalho, especialmente no setor de reciclagem.

Estão previstos investimentos da ordem de R$ 4,3 milhões para reconstrução de cinco galpões de reciclagem nas regiões Metropolitana e do Vale do Sinos. Esses espaços haviam sido destruídos e começam a retomar suas atividades. As regiões abrigam cerca de 2,5 mil trabalhadores que ainda enfrentam dificuldades como escassez de resíduos recicláveis, baixa remuneração e necessidade de ampliação da educação ambiental para garantir a sustentabilidade do setor.

Mulheres são maioria nos empreendimentos

A maioria dos integrantes da Unisol-RS é formada por mulheres, que representam cerca de 70% do total. A presença feminina é marcante em diferentes frentes da economia solidária e tem papel central na reconstrução das atividades econômicas após a calamidade pública enfrentada no estado.

O evento também terá momentos culturais e atividades de planejamento coletivo, com a construção de uma agenda para o período de julho de 2025 a dezembro de 2026. A expectativa dos organizadores é que o encontro contribua para consolidar a economia solidária como alternativa de trabalho, geração de renda e desenvolvimento sustentável nos territórios gaúchos.

Programação

27 de junho (sexta-feira)

10h – Abertura Cultural
10h30 – Mesa de Análise com:
• Amarildo Cenci (CUT/RS)
• Luiz Fernando da Rosa (Conselho Estadual de EcoSol)
• Dep. Stela Farias
• Dep. Alexandre Lindenmeyer
• Dep. Maria do Rosário
• Edegar Pretto (Conab)
• Arildo Motta (Unisol Brasil)
• Nelsa Nespolo (Unisol RS)

12h – Almoço

14h – Reuniões por Setor:
• Artesanato
• Alimentação Saudável
• Reciclagem
• Confecção
• Bancos Comunitários
• Outros
Reflexão: Como demonstrar a força de cada setor? Quem são os aliados?

16h – Plenária dos Setores
Momento Cultural
20h – Jantar

28 de junho (sábado)

8h – Momento Cultural
9h – Mesa de Alternativas e Desafios:
• Comercialização
• Produção
• Gestão
• Comunicação
10h – Plenária com Intervenções
11h – Construção da Agenda (jul/25 – dez/26)
12h30 – Avaliação e Encaminhamentos
13h30 – Almoço e Encerramento

 

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