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Complexo de Israel: passageiro relata como assumiu volante de ônibus para levar motorista baleado ao hospital

 

Avenida Brasil e Linha Vermelha chegaram a ser fechadas, e motoristas e passageiros ficaram no fogo cruzado A megaoperação em comunidades do Complexo de Israel, na manhã da última segunda-feira, gerou pânico para motoristas e passageiros que passavam pela Avenida Brasil e pela Linha Vermelha. As duas importantes vias expressas foram fechadas na altura de Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, mas não impediu que pessoas fossem baleadas. Marcelo Silva Marques, de 54 anos, motorista de ônibus da empresa Evanil, foi atingido no braço. Enquanto um passageiro tirou a camisa para fazer um torniquete no ferimento, outro assumiu o volante quando os tiros diminuíram, e o levou ao Corpo de Bombeiros mais próximo.
A distância entre o local do tiro e o grupamento do Corpo de Bombeiros foi de pouco mais de um quilômetro.
— Eles falaram, olha, tem o Corpo de Bombeiros ali na frente. Só queria ajudar ele, cumprir a minha missão. E é isso — disse Michel Rodrigues ao Fantástico, neste domingo.
As cenas foram registradas pelo cinegrafista freelancer Marcello Dória, que acompanha operações policiais na Região Metropolitana.
— No momento que cheguei no acesso a Caxias, na Linha Vermelha, eu me deparei com um cara tirando a camisa. Aí eu falei: cara, deve ter alguém machucado ali, e corri em direção. Eu ainda passei do ônibus, mas dei dois passos pra trás e vi o motorista. Aí o cara (o passageiro) já estava sentando na poltrona do motorista: “vai, vai” – disse Marcello, relembrando a cena. — Pra mim foi o pior momento de trabalho, por causa da vida do motorista.
O ônibus estava na Linha Vermelha. Em imagens que já circulam em redes sociais, o profissional aparece deitado no chão, ao lado do coletivo e de um outro veículo. Um motociclista presta ajuda, e outra pessoa também o auxilia. Ele foi levado ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e teve alta no dia seguinte.
Confrontos na região
A ação no Complexo de Israel foi feita por equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de delegacias da capital, da Baixada e do Interior. Segundo a Polícia Civil, sete meses de investigações identificaram 44 traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), sem mandados anteriores. No total, 20 pessoas foram presas — nove delas em flagrante. Um deles, capturado em Parada de Lucas, é um soldado do Exército que exercia função estratégica na quadrilha de Peixão. Oito fuzis, duas pistolas, granadas, coquetéis molotov e munição foram apreendidos.
As apurações revelaram uma organização criminosa altamente estruturada e armada, sob a chefia de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos traficantes mais perigosos do estado. O grupo atua nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, e, segundo a polícia, impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa.
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