
Seminário acontece amanhã, a partir das 9h30, no auditório da Editora Globo, no Centro; as inscrições são gratuitas Desde abril, o Rio ostenta o título concedido pela Unesco de Capital Mundial do Livro, inédito na América Latina e entre os países de língua portuguesa. Das programações previstas neste período de um ano, uma das mais esperadas era a Bienal do Livro, aberta na última sexta-feira. Logo nos primeiros dias, o evento, que é considerado a principal vitrine literária do país, atraiu milhares de cariocas apaixonados pela leitura. Muitos eram vistos caminhando no Riocentro, carregando malas que pretendiam levar de volta para casa cheias de exemplares adquiridos nas estantes das editoras.
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É neste clima de festa literária que será realizada a terceira edição do ano do Caminhos do Rio, que acontece amanhã, a partir das 9h30. O tema do evento será “A Capital Mundial do Livro” e vai discutir como a literatura pode ser uma força estruturante para a cidade, ajudando a desenvolver sua cultura, turismo e economia. O tema será debatido por escritores e profissionais do setor, entre outros. A mediação do encontro ficará a cargo do jornalista Rafael Galdo, editor da Editoria Rio, do GLOBO.
O evento acontecerá no auditório da Editora Globo, na Rua Marquês de Pombal 25, no Centro. As inscrições para participar do seminário são gratuitas e podem ser feitas clicando neste link.
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O evento será dividido em dois painéis. O primeiro, “Rio literário: território, memória e potência criativa”, vai contar com as participações de Beatriz Resende, professora de literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Eliana Alves Cruz, escritora, roteirista e jornalista; Julio Ludemir, criador da Festa Literária das Periferias (Flup); Marcelo Moutinho, escritor e curador da mostra “Labirinto Zona Norte. O subúrbio no centro da literatura”; e a escritora Conceição Evaristo.
Identidade carioca
O segundo painel debaterá “A economia do livro: redes, bibliodiversidade e acesso na Capital Mundial da Leitura”, com as participações de Lucas Padilha, secretário municipal de Cultura do Rio; Rui Campos, proprietário da Livraria Travessa; Martha Ribas, consultora de conteúdo do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e da Bienal do Livro; e Merval Pereira, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL).
O Caminhos do Rio é iniciativa dos jornais O GLOBO e Extra, com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria de Cultura.
O secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, destaca a importância do livro entre todas as artes:
— O livro é o mínimo denominador de todas as artes. O filme que nos deu um Oscar (“Ainda estou aqui”, melhor filme internacional) é baseado num livro (de Marcelo Rubens Paiva); o que é a disputa de sambas-enredo das escolas senão uma competição literária? A literatura, os escritores, foram fundamentais para moldar a identidade cultural do carioca.
Para o escritor Marcelo Moutinho, o Rio é historicamente uma cidade literária:
— Seus escritores foram fundamentais para a formação e a consolidação dessa cultura tão singular que caracteriza o Rio, em uma grande cruza de saberes. Mais do que isso, ajudaram a construir a própria imagem da cidade. Aqui, a economia e o turismo estão intimamente ligados à questão cultural. Não é possível pensar o Rio sem sua literatura.