Home / Política / Brasília, cidade de ativista brasileiro sequestrado por Israel, realiza ato no Palácio do Planalto

Brasília, cidade de ativista brasileiro sequestrado por Israel, realiza ato no Palácio do Planalto


Thiago Ávila, ativista brasiliense, é presença frequente em manifestações por direitos humanos na capital federal – especialmente aquelas em apoio à Palestina. Na segunda-feira (9), porém, ele estava ausente. O protesto em frente ao Palácio do Planalto, iniciado às 17h, foi convocado em resposta ao sequestro da tripulação da Flotilha da Liberdade — missão humanitária da qual Thiago fazia parte, ao lado da ativista sueca Greta Thunberg.

 

“Nossa principal reivindicação é a libertação dos 12 ativistas sequestrados por Israel e que este momento seja usado para intensificar a pressão pelo fim do cerco a Gaza e pelo fim do genocídio, principal motivação desses ativistas”, explicou Luara Lemos, amiga de Thiago e integrante da direção internacional da Flotilha da Liberdade.

Os manifestantes também exigiram o rompimento imediato das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel. Para Lemos, o Itamaraty precisa “emitir uma nota mais contundente sobre a violência do que está ocorrendo”.

Manifestantes pedem que Lula rompa com Israel e acusam o primeiro-ministro Netanyahu de “genocida”/Foto: Camila Araujo
 

O governo brasileiro se pronunciou às 5h desta segunda, quase nove horas após o “Madleen” — barco que transportava 10 ativistas e dois jornalistas da Al Jazeera e da Blast rumo a Gaza — ser interceptado por Israel em águas internacionais, ação que viola o direito internacional humanitário.

Em nota, o Itamaraty disse que “acompanha com atenção a interceptação, pela marinha israelense, da embarcação Madleen” e que “o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos”. 

Por volta de 2h (horário local), a embarcação foi interceptada e teve a comunicação interrompida. Às 17h desta segunda-feira, o governo israelense divulgou imagens de Ávila e Greta Thunberg, afirmando que “Madleen” e sua tripulação foram levados ao porto de Ashdod, em Israel. O Itamaraty confirmou a informação.

“Recebemos notícias de que Thiago e os demais estão bem. Eles chegaram a uma base militar, mas ainda não sabemos se serão detidos ou deportados imediatamente. As embaixadas estão em contato”, disse Lara Souza, esposa de Thiago Ávila, que também é ativista política.

Lara Souza, ativista e esposa de Thiago Ávila, participa de ato pela libertação de tripulantes da Flotilha da Liberdade/ Foto: Camila Araujo
 

“Precisamos da abertura de um corredor humanitário. Que a tentativa da Flotilha, mesmo sem alcançar Gaza, não seja em vão”, completou.

O deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF) classificou o sequestro como “mais um sinal da guerra abusiva e desproporcional de Israel, que configura um genocídio” e afirmou que está acompanhando a situação do ativista brasileiro.

Fábio Félix, deputado distrital (PSOL), participou de reunião com Itamaraty nesta segunda/ Foto: Camila Araujo
 

Para a professora palestina do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Muna Muhammad Odeh, a missão humanitária é crucial para mostrar aos palestinos que “sua dor não passa despercebida”.

“Em meio a tantos horrores, a barbárie israelense só cresce. Mas quem estuda movimentos de libertação colonial sabe que os momentos finais são os mais violentos. Foi assim na África do Sul e na Argélia”, afirmou.

Luiz Estevez, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, afirmou que a luta do povo palestino “é a mesma dos povos indígenas que estão há 500 sendo massacrados” pelo estado brasileiro. 

“Não adianta discursar contra o estado genocida de Israel enquanto a Petrobras manda petróleo que garante o genocídio das pessoas. É necessário romper, e mais do que isso, é necessário um embargo contra esse estado ilegítimo”, disse em referência ao governo Lula. 

Para o militante, não existe conciliação entre o estado de Israel e o território palestino. “A nossa única chance de vencer ao lado do povo palestino é o fim do Estado de Israel”, defendeu. 

Laura Lima, do coletivo Borda Luta, participou do ato para expressar “repúdio a Israel e apoio à Flotilha”. “Queremos transformar a coragem deles em ação, exigindo que governos ao redor do mundo reajam com boicotes e cortes de relações”, disse.

Driss Mrani, refugiado marroquino e membro do Comitê em Solidariedade à Palestina no DF, reforçou: “Condenamos o sequestro israelense e exigimos a libertação imediata de todos os ativistas”.

Protesto reuniu partidos, sindicatos, comitês e coletivos em solidariedade à Palestina/ Foto: Camila Araujo
 

A Flotilha partiu de Catânia, na Sicília, no dia 1º de junho, com destino a Gaza, carregando alimentos, água, medicamentos e itens básicos para a população local — em uma tentativa de romper o cerco israelense vigente desde 2007.

:: Receba notícias do Distrito Federal no seu Whatsapp ::

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *