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Ato do Despejo Zero em SP denuncia remoções e imóveis sem função social: ‘Ocupamos pela necessidade de morar’

Movimentos populares realizam nesta terça-feira (11) mais uma mobilização contra os despejos no estado de São Paulo. A concentração do ato está marcada para às 14h na Praça da República, no C Centro da capital paulista. “Estamos numa briga árdua contra os despejos, que não é de hoje que vem acontecendo, mas ultimamente vem se intensificando e muito”, afirma Maura Lopes, da organização Luta Popular, que integra a mobilização, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, nesta quarta-feira (11).

 

De acordo com os organizadores, mais de 180 comunidades, onde moram 126 mil famílias, estão ameaçadas de despejo em todo o estado. A manifestação busca denunciar a falta de políticas públicas efetivas de moradia e o uso do aparato público para “humanizar” remoções forçadas. “Hoje em dia o GAOP [Gabinete de Assessoramento para Assuntos de Conflito Fundiário] é utilizado para humanizar o despejo. Só que tirar as famílias de suas casas não é humanizar, não tem humanização nisso”, critica Lopes.

O ato também chama atenção para o número crescente de imóveis ociosos e sem função social. “Cada vez mais são famílias, pessoas sem lugar para morar e espaço vazio, prédios abandonados, terras vazias. Não tem nenhum projeto de moradia de verdade, de fato, que funcione. Se funcionasse, a situação não chegaria onde chegou”, denuncia. “Nós ocupamos pela necessidade de morar, porque está na Constituição a garantia de moradia digna”, declara.

Durante a entrevista, a ativista relatou sua própria experiência. “Eu moro numa comunidade, a Ocupação Esperança, que fica em Osasco, há 12 anos. Também lutamos para regularizar a área e que possamos morar com dignidade”, conta. Lopes também citou o caso recente da Favela do Moinho, a última remanescente do Centro de São Paulo.

A mobilização dos moradores não conseguiu garantir a permanência na área, mas interrompeu um processo de remoção forçada da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) que incluía terem de pagar novos imóveis em parcelas que comprometiam 20% dos seus salários por 30 anos. Após protestos e a repercussão negativa da violência policial, moradores arrancaram um acordo para que os governos estadual e federal, este último proprietário da área, subsidiem as novas moradias com um aporte de R$ 250 mil.

A mobilização é organizada por uma série de movimentos populares unificados na campanha Despejo Zero, que surgiu durante a pandemia. Entre eles, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), o Luta Popular e várias comunidades. “Unificamos a nossa luta com outros movimentos por moradia e vários outros companheiros”, explica Lopes.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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