
Para Brian Beauchamp, que possui arbitragens no UFC no Bellator, experiência no evento revela um MMA autêntico, intenso e fiel às origens do esporte no Brasil O árbitro canadense Brian Beauchamp esteve presente no Jungle Fight 136, realizado no último dia 24. Convidado pelo coordenador de arbitragem Flávio Almendra para integrar o time de oficiais pela Fight One Commission durante o evento, Beauchamp compartilhou impressões positivas sobre o cenário do MMA brasileiro.
Certificado pela Association of Boxing Commissions (ABC) e acumula passagens por grandes organizações, como UFC, Bellator, King of the Cage, Super Fight League (Índia) e eventos internacionais em países como China, Afeganistão e, agora, Brasil.
Sobre sua experiência no Jungle Fight 136, Beauchamp foi direto: “Foi uma experiência incrível. É uma das plataformas mais icônicas para apresentar talentos brutos e de alto nível do Brasil, e você sente essa energia assim que o evento começa. Os lutadores estavam com sede de vitória, a atmosfera era eletrizante e a produção foi extremamente profissional. É um evento que realmente reflete o espírito de luta do Brasil..”
Ele destacou a intensidade do evento como o grande diferencial brasileiro. “A paixão aqui é única. Os atletas não lutam só por si, mas pelas famílias, academias e comunidades. Isso transparece no cage, e como árbitro, é preciso estar 100% atento. Fiquei impressionado com a estrutura e profissionalismo nos bastidores — tudo no nível dos melhores eventos do mundo.”
Comparando com os eventos dos Estados Unidos e Canadá, Beauchamp reconhece diferenças de orçamento e infraestrutura, mas enxerga vantagens no espírito do esporte no Brasil. “Falta investimento em alguns casos, mas sobra autenticidade. O Brasil mantém o MMA conectado às raízes. O talento e a dedicação dos atletas são de altíssimo nível.”
Brian Beauchamp e Flávio Almendra, coordenador de arbitragem da Fight One
Bruno Limoeiro
Em resposta à ideia de que o Brasil estaria atrás de outros países, Beauchamp foi enfático: “Esse sentimento de inferioridade, o tal ‘complexo de vira-lata’, não reflete a realidade. O Brasil tem talentos e equipes de nível mundial. O que pode faltar é visibilidade internacional, não qualidade. Com a liderança de nomes como o comissário Flavio Almendra e entidades como a Fight One, o MMA brasileiro não está atrasado — está evoluindo de forma única e poderosa.”
Além da experiência como árbitro de MMA, Brian Beauchamp possui uma trajetória de respeito nas artes marciais, sendo faixa-preta de judô e jiu-jitsu brasileiro, ex-integrante da Seleção Canadense de Judô e campeão Pan-Americano. Como atleta de jiu-jitsu, soma 14 títulos mundiais na categoria Master pela IBJJF.