IPCA-15 registra queda nos alimentos e alívio na inflação de junho, segundo o IBGE
O preço dos alimentos no Brasil finalmente dá sinais de alívio. Segundo o IBGE, a prévia da inflação de junho registrou uma leve queda de 0,02% nos itens alimentares — a primeira redução em nove meses.
Essa prévia, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utiliza o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) para medir a variação de preços dos produtos mais consumidos no país. O indicador compara os preços da segunda quinzena de maio com os da primeira quinzena de junho.
Em junho, o IPCA-15 geral foi de 0,26%, abaixo dos 0,36% registrados em maio. O resultado reflete diretamente o comportamento do preço dos alimentos, que vinha subindo há meses e agora apresenta retração.
Alívio no bolso com queda no preço dos alimentos
A desaceleração dos alimentos começou em abril, quando o IPCA-15 indicou alta de 1,14%. Em maio, subiu apenas 0,39%. Agora, a queda de 0,02% aponta um possível ponto de inflexão nos custos da alimentação.
Itens como tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%) ajudaram na queda. Por outro lado, cebola (9,54%) e café moído (2,86%) ainda pressionaram, com o café sendo um dos produtos que mais encareceram no último ano.
Inflação é pressionada por habitação e energia
Apesar da queda no preço dos alimentos, a inflação foi puxada por outros setores. O grupo habitação subiu 1,08%, influenciado pelo aumento da energia elétrica residencial, devido à bandeira tarifária vermelha patamar 1. Essa medida adiciona R$ 4,46 a cada 100kWh consumidos, o que impactou diretamente o bolso do consumidor.
Também apresentaram alta os setores de vestuário (0,51%), com destaque para roupas femininas (0,66%) e calçados (0,49%). Já os itens de saúde subiram 0,29%, puxados pelos planos de saúde (0,57%).
IPCA-15 ainda acima da meta do governo
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%, menor que os 5,40% anteriores, mas ainda acima da meta de até 4,50% definida pelo governo para o ano. O recuo no preço dos alimentos pode representar uma tendência, mas outros fatores ainda mantêm a inflação pressionada.
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