Tricolor deve ter Ganso como novidade no time titular para fazer valer a superioridade técnica diante da equipe sul-coreana; Renato Gaúcho faz mistério sobre a escalação de Cano Tratado como azarão contra o Borussia Dortmund-ALE, o Fluminense surpreendeu com uma atuação dominante, a ponto de lamentar um empate na estreia da Copa do Mundo de Clubes. Depois de superar as expectativas diante do adversário mais forte do Grupo F, o tricolor lida com um cenário oposto nos próximos duelos, com Ulsan HD-COR e Mamelodi Sundowns-AFS. Agora com o favoritismo ao seu lado, o técnico Renato Gaúcho vive um dilema para enfrentar, hoje, às 19h (de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey-EUA, a equipe sul-coreana: repetir uma escalação que deu certo ou fazer mudanças em meio ao protagonismo no confronto?
Um dos méritos da estratégia de Renato na estreia foi povoar o meio com três volantes. Entre os melhores jogadores da partida, Hércules, Martinelli e Nonato foram o coração da equipe ao dominarem as ações defensivas e ofensivas nessa faixa do campo. Alternativa testada ao longo da temporada, o comandante indicou que deve desmontar o trio para colocar Ganso na criação das jogadas. O camisa 10 foi titular mais vezes justamente quando o Fluminense teve que propor o jogo diante de defesas fechadas. Mesmo precisando de resultado após perder por 1 a 0 para o time sul-africano na primeira rodada, o Ulsan deve ter uma postura mais defensiva, por ser inferior tecnicamente.
— O Ganso faz parte do grupo, está 100%. Tenho conversado com ele, que acrescenta muito e é um dos líderes. Ele entende as situações em que não começa jogando. Tem grandes chances de começar o jogo de amanhã. É um jogador diferenciado, e é esse tipo de conversa que eu tenho com ele. Importante é que quem entrar em campo amanhã sabe da responsabilidade — disse Renato.
Além da organização coletiva, Thiago Silva e Jhon Arias fizeram jus à liderança que carregam dentro e fora de campo. Aos 40 anos, o zagueiro segue atuando em alto nível, o que traz a discussão sobre um possível retorno à seleção brasileira com Carlo Ancelotti. No empate com o time alemão, ele foi absoluto na marcação, tanto que ganhou oito de dez duelos pelo alto, em uma das melhores atuações desde que voltou ao clube, no meio do ano passado. O colombiano, maior assistente do futebol brasileiro (12 vezes), desequilibrou novamente pelo lado direito com sua força e técnica. Ele sentiu dores em uma costela ao fim do jogo, mas não preocupa.
Dupla de ataque em baixa
Na contramão do protagonismo de Arias no ataque, Everaldo e Canobbio deixaram a desejar mesmo com o domínio tricolor na estreia. Os dois ficaram marcados negativamente por desperdiçarem a melhor chance da equipe no jogo. No entanto, se não foram tão efetivos com a bola nos pés, os dois atacantes tiveram papéis importantes nas obrigações táticas. O camisa 9 ajudou na marcação alta sobre a defesa do Borussia, enquanto o uruguaio foi eficiente mais uma vez ao depositar intensidade na recomposição defensiva. Como o Fluminense deve ter mais posse de bola contra o Ulsan, Renato pode dar outro voto de confiança à dupla de ataque, que soma apenas 11 gols nesta temporada.
Cano busca ganhar ritmo de jogo na Copa do Mundo de Clubes
Marcelo Gonçalves/Fluminense FC
Com apenas 20 minutos em campo no segundo tempo, Germán Cano segue buscando ganhar mais ritmo de jogo para retomar de vez a titularidade. Ele voltou a atuar na estreia do Mundial após sofrer uma lesão de grau 2 do ligamento colateral medial do joelho esquerdo, em 29 de abril. Existe a possibilidade de ele começar a partida.
Questionado sobre a presença do argentino entre os 11, Renato, que havia revelado que ele começaria no banco de reservas na estreia, preferiu esconder o jogo desta vez:
— Está à disposição (risos). Temos planos A e B. Depende do adversário, do que a gente quer e precisa. Quem tem um plano só não tem nenhum. Qual vamos colocar em campo amanhã? Aí vocês vão descobrir na hora do jogo. Importante é que eles estão preparados para qualquer um deles. O que vale não é o plano, é o foco no objetivo para conseguirmos a classificação para a próxima fase.
Canobbio ou Serna?
Sem poder contar com Soteldo — com lesão no músculo posterior da coxa esquerda de grau 2 — na fase de grupos, a ponta esquerda segue em aberto desde a chegada do treinador, que pediu a contratação do venezuelano justamente pela ausência de um jogador eficiente nas disputas de um contra um. Na sombra de Canobbio, Kevin Serna entrega mais verticalidade e ousadia no ataque, mas, ao mesmo tempo, deixa mais espaços para o adversário contra-atacar.
Seja qual for o time que vai a campo, Renato adota cautela sobre o favoritismo e prevê um confronto difícil diante do Ulsan:
— Nós estudamos bastante o adversário. Sabemos dos problemas que a gente vai encontrar. Muita gente, no início, achou que Fluminense e Borussia iriam se classificar facilmente. Isso não existe mais no futebol. Então sabemos que vamos encontrar dificuldade — ressaltou o treinador.
