A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio para os Povos (Alba- TCP) publicou uma nota criticando a participação dos Estados Unidos nos ataques contra o Irã. Segundo o bloco, essa é mais uma “agressão flagrante” que viola a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e os “princípios básicos da convivência pacífica”.
“Os países da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) condenam nos termos mais fortes o ataque militar criminoso perpetrado pelo governo dos Estados Unidos contra instalações civis e nucleares pacíficas na República Islâmica do Irã, particularmente os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan. Esta agressão constitui um ato de guerra inaceitável que põe em risco a segurança global e desestabiliza ainda mais a região”, diz a Alba em comunicado publicado neste domingo (22).
Ainda de acordo com o texto, os ataques violam o regime internacional de segurança nuclear e as normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A Alba reafirmou o apoio ao povo iraniano e disse que os EUA têm uma atitude historicamente “belicista” que ignora a autodeterminação dos povos e “ameaça a paz mundial”.
“Exigimos a cessação imediata dessas ações ilegais e unilaterais e apelamos à comunidade internacional para que se manifeste veementemente contra esse ataque inaceitável à soberania e à integridade territorial do Irã. A Alba reafirma seu compromisso inabalável com a paz, a justiça, o respeito ao direito internacional e a coexistência pacífica entre as nações, e alerta para as graves consequências que essa perigosa escalada militar pode ter para a estabilidade global”, termina o comunicado.
Escalada no conflito
Na noite de sábado, os Estados Unidos bombardearam as centrais nucleares de Isfahan, Natanz e Fordo, marcando sua entrada direta no conflito entre Irã e Israel. O presidente estadunidense, Donald Trump, declarou que os bombardeios “destruíram completamente as capacidades nucleares do Irã”. No entanto, autoridades dos dois países admitem que ainda é cedo para avaliar a extensão real dos danos.
O Irã negou qualquer vazamento de material radioativo e prometeu retaliar. Em reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o embaixador iraniano, Amir Saeid Iravani, acusou os EUA de terem iniciado uma “guerra” sob “pretextos absurdos e inventados”.
Venezuela condena entrada dos EUA
Um dos principais articuladores da Alba, o governo da Venezuela também emitiu um comunicado “condenando” a entrada de Washington no conflito. De acordo com o texto, o bombardeio a instalações nucleares, além de ser um risco para a vida humana, representa uma escalada “irresponsável” nos conflitos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em publicação nas redes sociais, pediu uma resolução pacífica para a questão envolvendo israelenses e iranianos e que não houvesse interferência militar externa em questões que envolvem dois países do Oriente Médio.
“Este foi um ato criminoso que viola o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e até mesmo ignora as leis dos EUA, colocando em risco a vida e a paz. Paz é o que a humanidade deseja, e da Venezuela levantamos nossas vozes para defender a construção de um mundo de respeito, igualdade, diálogo, sem violência e sem guerra”, disse.
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