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Cirurgia bariátrica é mais eficaz para perda de peso do que medicamentos como Ozempic, aponta estudo

 

Pesquisa da Universidade de Nova York revela que, após dois anos, pacientes operados perderam cinco vezes mais peso que os que usaram remédios; adesão aos fármacos é baixa e limita resultados Um estudo recente da Universidade de Nova York (NYU), nos Estados Unidos, revelou que procedimentos cirúrgicos para a diminuição da obesidade como a bariátrica são significativamente mais eficazes para perda de peso a longo prazo do que medicamentos como o Ozempic.
A pesquisa, que analisou dados de pacientes com perfis semelhantes de idade, peso e níveis de açúcar no sangue, constatou que, após dois anos, aqueles submetidos à cirurgia perderam em média 25,7% do peso corporal, enquanto os que utilizaram medicamentos apresentaram uma redução média de apenas 5,3%.
Diferenças significativas
Os resultados destacam não apenas a maior eficácia da intervenção cirúrgica, mas também desafiam a adesão prolongada aos medicamentos. Segundo o estudo, cerca de 70% dos pacientes abandonam o tratamento com os medicamentos que diminuem a fome antes de completar um ano, o que limita seus efeitos.
“Os ensaios clínicos sugerem perdas de 15% a 21% com esses remédios, mas, na prática, os resultados são muito menores”, explica Avery Brown, residente em cirurgia do NYU em entrevista ao portal Science Alert: “Pacientes que buscam reduzir mais o peso podem precisar considerar a cirurgia como alternativa”.
O estudo da NYU analisou mais de 122 mil pacientes prescritos com os medicamentos de diminuição do apetite, como Ozempic, e cerca de 18 mil pacientes que realizaram cirurgia bariátrica entre 2018 e 2024.
Benefícios além da balança
Embora a cirurgia tenha se mostrado superior em termos de perda de peso e controle de açúcar no sangue, os pesquisadores ressaltam que os medicamentos inibidores de apetite, como o Ozempic, continuam sendo uma opção válida, especialmente para pacientes com diabetes tipo 2, devido aos seus efeitos na redução do risco de doenças no coração e no controle do metabolismo.
No entanto, a cirurgia bariátrica, apesar de seus benefícios comprovados, ainda é subutilizada. No Brasil, apenas uma pequena parcela dos pacientes elegíveis opta pelo procedimento, muitas vezes devido a barreiras como custo, medo de complicações ou falta de acesso a especialistas.
Desafios e considerações
“Não se trata de uma competição entre remédio e cirurgia, mas de identificar a melhor abordagem para cada perfil de paciente”, afirma Karan Chhabra, cirurgião bariátrico da NYU ao portal: “Fatores como disciplina pós-operatória, custos e condições de saúde individuais devem ser cuidadosamente avaliados”.
O estudo foi apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (ASMBS) e reforça a importância de uma avaliação médica personalizada para quem busca tratamentos efetivos contra a obesidade e suas comorbidades.
Entretanto, vale destacar que o estudo foi financiado pela ASMBS, que tem interesse em promover opções cirúrgicas.
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