

Remake da novela das nove dá mais espaço ao acompanhamento psicológico da filha de Odete Roitman Uma das diferenças marcantes entre a “Vale tudo” de 1988 e o remake escrito por Manuela Dias está no espaço dedicado à saúde mental e, especificamente, ao acompanhamento psicológico de Heleninha (Renata Sorrah na primeira versão e Paolla Oliveira na atual). Se no passado a personagem aparecia em poucas sessões de análise com o terapeuta Gerson (Carlos Gregório), que teve participação pontual na trama, a nova abordagem é mais profunda, contínua e comprometida com a complexidade do tema.
Em ‘Vale tudo’, Estéban termina com Celina após ser acusado de ter enviado foto de Heleninha bêbada para a imprensa
Ator de ‘Vale tudo’ relembra cena improvisada com Renata Sorrah: ‘Me agradeceu’
Reprodução/ Memória Globo
Na releitura, a intensa e vulnerável Heleninha tem como suporte constante a psicanalista Ana (Arieta Corrêa). A presença da profissional em cena representa um pilar real na tentativa de reconstrução de uma mulher que enfrenta o alcoolismo e suas consequências familiares, sociais e emocionais.
Ao inserir com mais regularidade as sessões de terapia, a autora traz a novela para os tempos atuais, em que falar de saúde mental deixou de ser tabu. De forma clara, o remake sinaliza a importância do acompanhamento profissional no processo de recuperação de dependências, mostrando que buscar ajuda é um gesto de força, não de fraqueza. Na versão original, Heleninha era chamada de “alcoólatra”. Agora, a novela adota o termo mais atual, “alcoolista”. É uma forma mais respeitosa de se referir a quem convive com a dependência do álcool.
Heleninha (Paolla Oliveira) tem recaída no álcool e é ajudada por parentes em ‘Vale tudo’
Fábio Rocha/ Rede Globo/ Divulgação
Ana não apenas acolhe Heleninha, como a questiona e orienta, contribuindo para o arco dramático da artista plástica. Sua presença reforça que o tratamento psicanalítico é um processo contínuo e possível. Embora reconheça que sofre de uma doença, Heleninha ainda se mostra profundamente carente, a ponto de interromper uma sessão para atender a um telefonema de Ivan (Renato Góes), evidenciando o quanto ainda está em busca de afeto e validação.
Heleninha Roitman. Personagem de Paolla Oliveira em “Vale tudo” é alcoolista
Fabio Rocha/TV Globo
Em cenas que vão ao ar na trama nesta semana, Ivan se disponibiliza a participar das sessões de terapia com Heleninha, depois que fotos dela embriagada vazam para a imprensa.
Agora no remake, a psicanálise se torna parte da jornada de superação da filha de Odete Roitman (Debora Bloch). Apesar de o atual enredo apresentar altos e baixos, essa trama foi uma escolha acertada.
Arieta Corrêa como Leila na novela ‘Amor de mãe’
Rede Globo/Divulgação
Arieta Corrêa: parceria com a autora Manuela Dias
Arieta Corrêa, a psicóloga Ana de “Vale tudo”, também atuou em “Amor de mãe”, primeira novela da autora Manuela Dias, de quem é amiga antiga. Na trama anterior, a atriz interpretou Leila (foto abaixo), ex-mulher de Magno (Juliano Cazarré). Ela acaba se envolvendo romanticamente com Penha (Clarissa Pinheiro).
Carlos Gregório em ‘Vale tudo’ (1988) como terapeuta de Heleninha (Renata Sorrah)
Rede Globo/Reprodução
Por onde anda Carlos Gregório?
Atualmente com 77 anos, o ator, diretor e autor Carlos Gregório, que interpretou o terapeuta na primeira versão de “Vale tudo”, fez sua última atuação na Globo em “A vida alheia” (2010), série de Miguel Falabella. Entre 1995 e 2021, ele também trabalhou como roteirista na emissora, colaborando em produções como “A vida da gente” (2011), de Lícia Manzo, e “Além do horizonte” (2014), criada por ele em parceria com Marcos Bernstein.
Renata Sorrah como Heleninha na primeira versão de “Vale tudo”: vício em uísque
Irineu Barreto Filho/Agência O Globo
Heleninha buscou ajuda no AA
Em 1988, o diretor Dennis Carvalho fez uma participação como William, que ajuda Helena e a leva para o AA. Os dois se tornam namorados após a separação da artista de Ivan (Antonio Fagundes).
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