De 19 a 22 de junho, a cidade de Porto Alegre (RS) será sede de um encontro que reúne integrantes de diferentes regiões do estado para discutir os efeitos da atividade minerária e os caminhos para fortalecer formas de organização popular nos territórios atingidos. Organizado pelo Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), com o tema “Mineração no Sul do Brasil e as resistências ao modelo mineral predatório”, o evento ocorre no auditório do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), no Centro Histórico.
A programação inclui debates sobre saúde coletiva, renda mineral, mundo do trabalho e alternativas ao atual modelo de exploração, além de apresentar experiências populares construídas em diferentes municípios do estado. A proposta é promover trocas entre representantes de comunidades atingidas por empreendimentos e fortalecer a articulação de ações conjuntas.
Segundo relatório do MAM, estão em andamento no Rio Grande do Sul mais de 150 processos de licenciamento de mineração. Parte deles incide sobre áreas de cultivo agrícola, reservas hídricas e territórios de comunidades tradicionais, o que tem gerado preocupações relacionadas à contaminação ambiental e aos riscos à segurança alimentar.
Entre os temas abordados está o histórico de mobilizações contra projetos de grande porte. Um dos exemplos é a atuação do MAM que impediu a instalação de uma mina de carvão em Eldorado do Sul, nas margens do rio Jacuí. O empreendimento estimava a extração de cerca de 166 milhões de toneladas de carvão, a apenas 1,5 km do rio que abastece a Região Metropolitana de Porto Alegre.
O encontro também busca valorizar ações de solidariedade desenvolvidas pela entidade nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, foram organizadas doações de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, com produtos vindos da agricultura familiar. Já em 2024, durante a crise climática que afetou o estado, foi implementada uma cozinha comunitária na Capital para atender moradores desalojados. A estrutura permanece em funcionamento quinzenalmente, servindo refeições a famílias que seguem em processo de reconstrução.
O evento também será espaço para encaminhamentos em preparação ao II Encontro Nacional do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), previsto para agosto em Fortaleza (CE).
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