Cristina Kirchner desafia elites em ato histórico na Praça de Maio
Cristina Kirchner emocionou a Argentina ao discursar durante um mega ato na Praça de Maio, em Buenos Aires, nesta quarta-feira (18). A manifestação, que reuniu dezenas de milhares de pessoas, foi marcada por forte comoção popular e críticas contundentes à prisão domiciliar da ex-presidenta.
Desde cedo, manifestantes de várias províncias se concentraram no bairro Constitución, onde Cristina cumpre sua pena, e marcharam até o coração político do país. Quando menos se esperava, o público ouviu, pelos alto-falantes, uma mensagem gravada da ex-presidenta.
“Estou firme e tranquila. Só que, com proibição de sair na sacada… Meu Deus, que palhaçada!”, ironizou Cristina, ao criticar a limitação judicial que a impede de se comunicar com o povo de forma direta.
Visivelmente emocionada, Cristina agradeceu o apoio e relembrou conquistas sociais dos governos kirchneristas:
“Gosto porque isso revela uma vontade: a de voltar a ter um país onde as crianças possam comer quatro vezes ao dia, onde os trabalhadores guardem um dinheirinho, onde os aposentados tenham remédios.”
Ela destacou que o país construído durante seu governo “não foi utopia” e criticou duramente o atual modelo econômico imposto pelo governo Milei, comparando-o aos períodos de autoritarismo e neoliberalismo.
“O pior é que o verdadeiro poder econômico sabe que esse modelo não tem futuro. Podem me prender, mas não vão conseguir prender todo o povo argentino. Quem está com medo não somos nós. São eles.”
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Cristina também direcionou críticas ao ministro da Economia, Luis Caputo:
“Esse Caputo, completamente sem condições, aluga dólares para fingir que tem reservas. Não existe picareta maior.”
Ela acusou o sistema judiciário de servir aos interesses dos grandes grupos econômicos e afirmou que sua prisão é um símbolo do medo que as elites têm da mobilização popular.


Estavam presentes no ato nomes como o governador Axel Kicillof, o ex-candidato Sergio Massa e diversas lideranças sindicais. Cristina finalizou sua fala convocando à reorganização do campo popular:
“É preciso se organizar para esclarecer qual é o verdadeiro problema do nosso país – um modelo onde poucos se enriquecem enquanto o resto fica com o rosto colado no vidro.”
E concluiu com firmeza e esperança:
“Vamos voltar. E vamos voltar com mais sabedoria, com mais força. Porque temos algo que eles jamais vão ter: temos povo, temos memória, temos história e temos pátria.”
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