Cristina Kirchner recebe apoio de milhares na Praça de Maio
Cristina Kirchner foi o nome mais gritado nesta quarta-feira (18), quando milhares de argentinos ocuparam a Praça de Maio, em Buenos Aires. A manifestação em apoio à ex-presidenta aconteceu apenas dois dias após a Justiça argentina impor a ela prisão domiciliar, gerando indignação e mobilização massiva.
Convocada por sindicatos das centrais CGT, CTA dos Trabalhadores e CTA Autônoma, a mobilização contou com movimentos populares de diversas províncias. Inicialmente planejada para ocorrer em frente ao tribunal de Comodoro Py, foi transferida para a icônica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, após a decisão judicial que restringiu a liberdade de Cristina.
Desde cedo, militantes começaram a se reunir próximo à residência da ex-presidenta, no bairro Constitución. Ao longo do dia, o número de participantes cresceu exponencialmente. “Temos memória, e em momentos como este é preciso sair para defender Cristina e os direitos do povo”, disse Martín, estudante da região metropolitana, ao jornal El Tiempo Argentino.
Oscar, aposentado e sindicalista, viajou de Quilmes para se juntar ao protesto:
“Não é justiça, é uma vingança dos grupos econômicos. Tocaram em nossa líder, e o peronismo vai despertar. Vamos seguir nas ruas, com os dirigentes à frente, ou com a cabeça dos dirigentes. O povo inteiro está aqui para bancar Cristina.”


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Durante o ato, muitas críticas também foram direcionadas ao presidente Javier Milei, acusado de fomentar repressões contra protestos populares. A vigília em frente à casa de Cristina Kirchner, que governou de 2007 a 2015, continua desde a semana passada. Sua defesa argumenta que o processo por suposta corrupção é motivado politicamente.
Enquanto milhares ocupavam as ruas, os advogados de Cristina buscavam esclarecimentos sobre os limites de sua prisão domiciliar. O ponto em debate? Se ela pode ou não aparecer na sacada de seu apartamento. A defesa alega que proibi-la de se manifestar visualmente viola suas garantias constitucionais.


“Ela sempre esteve conosco, agora é nossa vez de estar com ela”, disse Juan Carlos, trabalhador de Buenos Aires. “Eles têm medo, porque sabem que o povo votaria nela. Ela não vai se render. E nós vamos voltar.”
A prisão domiciliar foi justificada pela idade de Cristina, hoje com 72 anos. No entanto, a comoção popular sugere que, longe de silenciá-la, a decisão reacendeu a luta de milhões que se identificam com seu legado.
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