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Plebiscito Popular 2025 avança no RS com formação de brigadas e mobilização

Com o objetivo de ouvir a população sobre a taxação dos super-ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala 6×1, será realizada nesta quarta-feira (18), às 19h, a Plenária Estadual do Plebiscito, em formato virtual. O encontro integra o processo nacional de organização do Plebiscito Popular 2025. Além da plenária, os movimentos populares do Rio Grande do Sul se preparam para uma formação presencial, que ocorrerá no próximo dia 28, na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faced/Ufrgs), em Porto Alegre. A atividade é voltada para militantes, dirigentes sindicais e integrantes de movimentos que atuarão na mobilização e organização dos comitês pelo estado.

 

Integrante do Levante Popular da Juventude, Mãos Solidárias e secretário estadual do Plebiscito Popular, Lucas Gertz Monteiro afirma que o processo é uma resposta organizada aos retrocessos no Brasil e no mundo. “Estamos vivendo um momento decisivo: uma ofensiva da extrema direita no Brasil e no mundo. Isso nos coloca diante da necessidade de fortalecer a organização do povo, dos movimentos sociais e dos territórios e comunidades do campo e da cidade”, pontua.

Segundo Monteiro, o plebiscito é uma ferramenta histórica dos movimentos populares e tem como missão reaproximar setores da classe trabalhadora. “Os temas dialogam com a realidade de milhões de famílias brasileiras. O plebiscito é fundamental para disputar ideias e apresentar o projeto político que construímos: um projeto a favor da dignidade e da vida dos e das trabalhadoras. Do outro lado, a extrema direita não sabe dizer por que é contra esses temas. Isso nos dá a oportunidade de mostrar suas contradições.”

 

Do campo à cidade: uma mobilização popular autogestionada

Para a diretora estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Lara Rodrigues, o plebiscito é fruto de uma decisão coletiva de movimentos do campo popular. “No Rio Grande do Sul, ele já conta com uma secretaria operativa organizada por movimentos, tanto da Frente Brasil Popular quanto da Povo Sem Medo. Já tivemos processos de formação, e agora estamos avançando na mobilização e organização logística da votação, incluindo como atuar no interior do estado e como será a distribuição das urnas”, explica.

Ela destaca que o plebiscito é mais do que um voto: é uma ferramenta de formação e conscientização. “Ele serve para debater questões estruturantes que afetam a classe trabalhadora, como a taxação dos super-ricos e a escala 6×1. A gente quer mostrar o impacto real dessas pautas na vida do povo. São temas que tocam a dignidade, as mulheres, a juventude. O plebiscito também é um contraponto, como já fizemos antes na luta contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ou a privatização da Vale”, relembra.

Foco nos locais de trabalho

O presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Amarildo Cenci, reforça o papel do movimento sindical na mobilização e destaca o envolvimento direto das entidades. “A mobilização no estado está muito na mão das entidades. Cada segmento está se organizando para ocupar os territórios: ruas, vilas, bairros e, no nosso caso, os locais de trabalho. Queremos colher milhares de votos e envolver milhares de pessoas”, afirma.

Para ele, o plebiscito é uma ferramenta estratégica de disputa de projetos de país. “Estamos falando de justiça tributária, de fazer com que os bilionários passem a pagar tributos, enquanto os mais pobres deixam de ser penalizados. O plebiscito ajuda a formar uma base social mais consciente, que compreenda o que está em jogo nas disputas políticas e eleitorais”, defende.

Conforme complementa a Secretaria de Comunicação da CUT-RS, Maria Helena de Oliveira, o plebiscito é uma oportunidade de dialogar com a sociedade nos territórios, nos centros comunitários, nas praças, parques, e também nos locais de trabalho. “Estamos incentivando a fazermos porta de fábrica, apresentar o plebiscito, colher votos enquanto ferramenta, porque tem duas perguntas importantíssimas para nós enquanto classe trabalhadora: a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil e a taxação das grandes fortunas. E a outra é a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6 X 1.”

Botar o povo na rua

Representante da Intersindical, Neiva Lazzarotto aponta que a iniciativa é parte de uma disputa de classe que precisa ser enfrentada com mobilização popular. “O Plebiscito Popular busca mobilizar para lutar pelos temas de redução da jornada, isenção de IR até R$ 5 mil e taxação dos ricos. É uma forma de organizar a classe para enfrentar os inimigos políticos da classe trabalhadora, não só nas eleições de 2026, mas desde já”, afirma.

Lazzarotto critica a falta de reação popular após os ataques à democracia em 2023. “Estivemos com o presidente Lula no Planalto logo após a tentativa de golpe. Ele nos disse: ‘mobilizem, porque o mercado está organizado para pressionar o governo’. Até hoje me pergunto por que não houve uma mobilização geral da classe trabalhadora nesses dois anos”, questiona.

Próximos passos

Mais informações sobre a formação presencial na Ufrgs serão divulgadas durante a plenária estadual nesta quarta-feira. A atividade pretende fortalecer as brigadas de base e preparar a militância para aquele que será um dos maiores processos de escuta e mobilização popular do período recente.

“O nosso grande objetivo é colocar o plebiscito na boca do povo. Queremos gente discutindo de casa em casa, olho no olho, nas redes sociais e nas ruas de todo o Brasil”, conclui Lucas Gertz Monteiro.

Mais informações sobre o Plebiscito Popular 2025 neste link.

 

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