Home / Política / Marcha da Maconha reúne milhares de pessoas em SP por fim da guerra às drogas

Marcha da Maconha reúne milhares de pessoas em SP por fim da guerra às drogas

Marcha da Maconha em SP exige fim da guerra às drogas

Marcha da Maconha em SP exige fim da guerra às drogas

A marcha da maconha em SP levou cerca de 50 mil pessoas às ruas da capital paulista na tarde deste sábado (14). Com concentração às 16h20 na Avenida Paulista e encerramento na Praça da República, o ato exigiu o fim da guerra às drogas e marcou a primeira participação oficial do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no evento.

 

🟦 Saiba mais: Marcha da Maconha SP acontece neste sábado (14) com presença de indígenas Guarani e MST

De acordo com Luciano Carvalho, da coordenação estadual do MST, a aproximação entre os movimentos ocorreu a partir do reconhecimento de pautas comuns:

“Aproximar-se do pessoal da marcha da maconha é compreender que, para além do uso recreativo, que também é importante, é essencial acabar com a mortandade pela discriminação e pela criminalização (…).”

Ele ainda criticou o discurso conservador sobre drogas:

“Essa guerra às drogas é o tipo de retórica encontrada pela direita e extrema direita que não lida com problemas na sua raiz, jogando para debaixo do tapete as verdadeiras origens do problema: a concentração de riqueza.”

O evento foi estruturado em blocos temáticos auto-organizados, com destaque para o bloco terapêutico, onde estavam pacientes e familiares que dependem do uso medicinal da cannabis.

🟦 Leia também: Arraial do MST reúne culinária, cultura e luta em São Paulo neste sábado (14)

Maria Aparecida Felício de Carvalho, que participa da marcha há 10 anos, compartilhou sua luta pela saúde da filha:

“De lá para cá, tivemos avanços, mas a luta ainda tem que ser intensa, porque os avanços não podem ser direcionados somente para a indústria. Nós temos que ter uma regulamentação que tenha reparação histórica, reparação social e anistia.”

Marcha da Maconha em SP exige fim da guerra às drogas
Marcha da Maconha em SP exige fim da guerra às drogas
 

Outro depoimento marcante foi de Nadhuska Sanches, mãe de uma paciente medicinal:

“A legalização já acontece para quem tem condição financeira. Então, para quem é marginalizado ou é de grupo minorizado, não é acessível. (…) É importante vir marchar e trazer minha filha porque é para todos.”

🟦 Relacionado: MST pede justiça durante sepultamento de agricultor atropelado em marcha do Abril Vermelho no Recife

Este ano, o tema da marcha foi “O clima tá tenso – reparação, direitos e liberdade”. Para Luiz Fernando Petty, um dos organizadores:

“Regulamentação sem reparação é legalizar o privilégio. (…) É a ideia de que não adianta legalizar e manter os privilégios das mesmas pessoas que se beneficiam com a proibição das drogas.”

🟦 Veja também: Morre o fotógrafo Sebastião Salgado, amigo do MST e do Brasil de Fato

Além da manifestação central, o movimento também organiza marchas periféricas, previstas entre junho e setembro em cidades como Guarulhos, Osasco, Santo André, São Bernardo e nas zonas Norte e Leste da capital.

Com forte simbolismo, diversidade de pautas e vozes potentes, a marcha da maconha em SP reafirma a urgência de políticas públicas inclusivas e com justiça social. O clamor por liberdade, acesso e anistia ecoou por toda a cidade.

Esse post foi originalmente escrito por: Brasil de Fato

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *