Seleção brasileira saiu do oitavo para o quarto lugar, atingindo feito que não realizava há 12 anos
Os bons resultados recentes da seleção brasileira feminina de futebol, neste ano, deram frutos. Com a vitória inédita sobre os EUA, em abril, e os dois triunfos diante do Japão, há duas semanas, o Brasil ganhou 26,92 pontos no ranking de seleções da Fifa. De oitavo melhor do mundo, agora o time comandado por Arthur Elias passou a ser o quarto, voltando ao top-5 pela primeira vez desde 2012.
No ranking da Fifa, criado em 2003, o Brasil começou na sexta colocação, e se manteve no top-10 na maior parte do tempo, desde então. O único time além dos EUA a alcançar a primeira posição é a Alemanha, em 22 anos. A seleção brasileira entrou no top-5 pela primeira vez em junho de 2004, na quarta colocação, e chegou à terceira em outubro de 2007.
A melhor colocação no ranking foi na vice-liderança, alcançada entre 2009 e 2011. A partir de 2014, a seleção foi perdendo posições sucessivamente, e ocupou o último espaço do top-10 em 2016. Sob o comando da sueca Pia Sundhage, a equipe teve nova piora e chegou à 11ª colocação, em dezembro de 2023.
Foi quando Arthur Elias assumiu a seleção, momento em que o Brasil havia tido seu pior desempenho em Copas do Mundo em 27 anos, deixando a competição ainda na fase de grupos. Já nos primeiros meses de trabalho do novo treinador, com o vice-campeonato da Copa Ouro, a seleção subiu uma posição e retornou ao top-10.
Desde então, o Brasil seguiu em uma crescente, com o vice-campeonato nas Olimpíadas de Paris-2024, deixando Espanha e França para trás no processo. Em amistosos, conseguiu vitórias importantes sobre adversários com nível competitivo similar, como Austrália e Colômbia. No total, Arthur Elias tem 29 jogos à frente do Brasil, com 19 vitórias, três empates e sete derrotas, resultando em um aproveitamento de 74,1%.
— É um sentimento de muito orgulho, felicidade, orgulho do trabalho das nossas jogadoras e de toda a comissão técnica. Isso reflete os resultados recentes e a evolução da nossa seleção, que vem quebrando tabus, reacendendo o orgulho do torcedor e fortalecendo nossa identidade. Para mim, foi até uma surpresa, esperava que íamos subir, mas não imaginava até onde. Essa quarta colocação aumenta nossa confiança, reforça a atmosfera positiva que estamos construindo — analisou o treinador.
Cris Gambaré, coordenadora de seleções femininas da CBF, destacou a importância da integração entre os profissionais — comissão técnica, departamento de futebol e as jogadoras — para atingir resultados expressivos, começando desde as categorias de base.
— Elas entenderam que elas podem, e estão entregando verdadeiros espetáculos nos nossos jogos. As categorias de base hoje são o nosso maior centro de atenção. Reformulamos todo o sistema em 2025, e com o apoio do atual presidente da CBF, Samir Xaud, estamos determinados a seguir um planejamento que entrega atletas em grande performance — afirmou.
A partir do próximo dia 23, a seleção brasileira iniciará a preparação em busca do nono título da Copa América. O grupo viajará para a cidade de Grenoble, na França, para enfrentar as europeias em um amistoso, marcado para 27 de junho. Na sequência, as atletas têm uma semana de folga e se apresentam na Granja Comary para uma semana de treinos voltados ao torneio continental, que tem início em 12 de julho no Equador.
— Entrar na Copa América com esse posicionamento no ranking, com vitórias importantes, nos dá uma confiança ainda maior. Temos um jogo difícil contra a França, mas o grupo está unido, coeso e muito bem preparado para enfrentar qualquer adversário. A história da seleção brasileira na Copa América nos coloca como favoritos, e nosso foco é manter essa tradição, respeitando cada equipe, entendendo as nuances do futebol sul-americano, como altitude e diferentes tipos de gramado. Essas experiências e o trabalho de preparação nos colocam em uma posição muito favorável para conquistar mais uma taça — opina o treinador.
