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Familiares de Victor Cerqueira participam de audiência pública sobre letalidade policial na Bahia nesta sexta (30)

   
   

A letalidade policial na Bahia é tema de audiência pública realizada em Salvador nesta sexta-feira (30). Promovida pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, através da sua Coordenação de Direitos Humanos, a atividade contará com a presença de familiares de vítimas da violência estatal, como os de Victor Cerqueira Santos Santana, conhecido como Vitinho – jovem negro assassinado no dia 10 de maio em Caraíva, no sul da Bahia. A audiência será realizada das 9h às 13h no Auditório Raul Chaves, na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no bairro da Graça.

 

A audiência acontece em meio à crescente mobilização por justiça no caso de Vitinho, que já conta com mais de 30 mil assinaturas em um abaixo-assinado na plataforma Change.org. A petição foi entregue ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pede investigação rigorosa, responsabilização dos envolvidos e apoio à família. Na ocasião da audiência, Luzia e Adriana, mãe e prima do jovem, também farão a entrega do documento à Defensoria Pública do Estado. Além do caso de Victor Cerqueira, outros dois assassinatos na Bahia também serão abordados, buscando dar visibilidade às vítimas e cobrar respostas do poder público.

Justiça por Vitinho

“Guilherme, Ariel, Vitinho. Quantos mais?”, questiona projeção realizada no Centro Histórico de Salvador/Divulgação – Change.org
 

Nessa terça-feira (27), uma projeção visual realizada na escadaria da Igreja do Passo, no Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, reuniu mensagens e imagens em homenagem a Victor, reforçando o clamor por justiça. No dia 10 de maio, o guia turístico de 28 anos foi assassinado de forma brutal durante operação policial em Caraíva, tendo seu corpo encontrado com múltiplos sinais de tortura. O caso segue investigado sob sigilo pelo MP-BA, bem como pela Polícia Civil e Corregedoria da Polícia Militar.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023), a Bahia ocupou o primeiro lugar no ranking de letalidade policial em 2022, respondendo por 22,77% das ocorrências nacionais. Já o estudo “Pele Alvo: a cor que a polícia apaga”, produzido pela Rede de Observatórios de Segurança, aponta que, em 2021, quase 60% das vítimas na Bahia decorrentes de intervenção do Estado eram pessoas negras.