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Vitor Belarmino alega acidente e diz à Justiça que não havia bebido no dia que atropelou e matou noivo horas após casamento

   
   
 

Influenciador afirmou ainda, em audiência no Tribunal de Justiça, que ficou foragido por dez meses por não concordar com a prisão O influenciador Vitor Belarmino prestou depoimento pela primeira vez, nesta quarta-feira, na 1ª Vara Criminal da capital, do Tribunal de Justiça do Rio. Ele é acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta horas após seu casamento, em julho de 2024, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Belarmino afirmou que não havia bebido, e que não viu o casal a tempo de frear. Ele continua preso.
O influenciador é réu por homicídio doloso — quando há intenção de matar — e por omissão de socorro. Ele ficou foragido por dez meses e se apresentou à polícia no último dia 19, na 42ª DP (Recreio).
Durante o interrogatório, com duração de uma hora e vinte minutos, Belarmino afirmou que estava indo em direção à praia, dirigindo sua BMW, com a amiga Amanda Camargo e Silva, no banco do carona, à frente, e outras quatro amigas de Amanda: Débora Letícia Paz, Karolayne Ferreira, Mirelly Campos e Júlia de Sousa. Ele afirmou que, em momento algum, durante todo o dia do fato, ingeriu bebida alcoólica.
Relatou que, ao desviar para a pista da esquerda da Avenida Lúcio Costa, para ultrapassar uma moto, se surpreendeu com o casal atravessando a pista, cerca de 20 a 30 metros à frente.
“Eu lembro que estava na pista da direita, a aproximadamente 60 km por hora, resolvi ultrapassar uma moto e acelerei. Nesse momento, o casal surgiu na pista, cerca de 20 a 30 metros à frente. Freei tudo o que podia e tentei jogar o carro para a esquerda em direção ao canteiro, mas tinham dois carros estacionados e, também tentei não bater neles”, disse.
Vitor alegou que chegou a parar o carro mais à frente para prestar socorro. Mas, no momento, verificou que começaram a chegar pessoas para socorrer a vítima e ficou com medo de ser agredido, tendo, então, seguido viagem.
“Após atingir o Toshiro, fiquei desesperado e não sabia o que fazer. As meninas começaram a gritar e parei o carro mais à frente com a intenção de prestar socorro. Mas vi várias pessoas chegando para socorrer e, também, a taça de vinho que a Amanda carregava quebrada no banco de carona. Fiquei com medo de ser linchado e segui. Mais à frente, as meninas continuaram gritando, pedindo para parar para elas saltarem e eu parei e elas saíram”.
Ele revelou que depois foi para sua casa, em um condomínio na Zona Oeste do Rio, quando pegou outro carro e levou o irmão, que estava na sua casa, para a residência da mãe, em Campo Grande. Contou que, no dia seguinte, sua mãe ligou para ele, tentando convencê-lo a se apresentar na delegacia, mas, como viu que já tinha sido expedido mandado de prisão contra ele, resolveu não se entregar.
Vitor calculou que, no momento do atropelamento, o carro deveria estar cerca de 80 km/h. Contudo, ao ser questionado pela promotora Flávia Maria de Moura Machado sobre a velocidade que estava antes de começar a frear o veículo no momento que avistou o casal, Vitor não soube responder.
Ao ser questionado a razão de ter decidido se entregar, após permanecer foragido por 10 meses, Vitor respondeu que somente agora a imprensa estaria divulgando informações sobre o fato que considera “verdadeiras”.
“No momento do acidente, foram divulgadas várias notícias com informações falsas sobre o ocorrido. Agora, estão aparecendo fatos mais verdadeiros, revelados pela imprensa, diferente das mentiras que circularam, também, nas redes sociais”.
Indagado pela juíza se gostaria de acrescentar mais alguma informação, Vitor revelou surpresa por estar sendo acusado de homicídio doloso.
“Eu fiquei muito surpreso quando soube que estava sendo acusado por homicídio doloso, pois vejo na imprensa outros acidentes piores, que são classificados como homicídios culposos”, avaliou.
Ao final da audiência, a defesa de Vitor requereu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares menos gravosas. O Ministério Público se manifestou contrariamente ao pedido e os autos seguiram conclusos para decisão do juízo em relação ao requerimento.
— Ele deu a versão dele dos fatos, falou que foi um acidente, que ele não teve visualização do casal que atravessava a rua, e quando viu estava muito em cima. Ele freou, jogou para a esquerda, mas não conseguiu desviar, infelizmente. Ele confirmou que não tinha bebido no dia, e que realmente teve a visão do casal muito em cima, não deu tempo de frear, e aí o acidente foi inevitável. Mas ele já se entregou, já está colaborando com a justiça, está disposto a esclarecer todos os fatos que forem necessários — afirma o advogado Gabriel Gabib, que representa Belarmino.
Segundo o Habib, todas as testemunhas do caso já foram ouvidas — faltava apenas o depoimento de Berlamino. Agora, o processo vai para as alegações finais e depois disso, a juíza decide se leva a júri popular ou não.
A advogada de acusação, que representa a família de Fábio Toshiro, morto no atropelamento, afirmou que a audiência transcorreu de forma tranquila. “Confirmamos o que já pensávamos, ele estava acima da velocidade, não prestou socorro, pois pensou em si e se sente vítima por tudo que estão veiculando, como se o Toshiro fosse culpado de ter “se jogado” na frente do automóvel.”
Foragido da Justiça
Durante o período em que esteve foragido, a defesa chegou a pedir à Justiça que o interrogatório ocorresse por videoconferência, alegando dificuldades para garantir sua segurança. A solicitação, no entanto, foi negada pela juíza Alessandra Roidis, que também vetou a presença da imprensa na audiência desta quarta-feira por conta d espaço limitado da sala onde o ato será realizado.
Responsável pela investigação, o delegado Alan Luxardo afirmou que Belarmino optou por não prestar depoimento no momento da apresentação. À época, a defesa declarou que o influenciador estava “muito arrependido de não ter prestado socorro” e que decidiu se entregar “para colaborar com a Justiça”.
Em nota, o advogado Gabriel Habib, que representa Vitor, afirmou que “hoje será o momento em que o ele se defenderá e contará a sua versão dos fatos”.
Fábio Toshiro Kikuta havia deixado a cerimônia de casamento e caminhava pela orla com amigos quando foi atingido. A morte do empresário gerou comoção nacional.
— Fiz de tudo para evitar. Eu não atropelei, eu não peguei o carro, perdi a direção e o atropelei: ele entrou na frente do meu carro, eu desviei, saí da frente dele e ele caiu em cima do meu carro. Isso é claro nas imagens — disse Vitor à Record. — Decretaram a prisão em cima de uma bebida que era de uma amiga minha, não era minha: tinha, sim, bebida no carro, mas claramente em todas as imagens mostram que essa bebida era da Amanda, da minha amiga, não era minha.
Vitor Belarmino fugiu sem prestar socorro após o atropelamento. Ele dirigia uma BMW branca e estava com seis mulheres. Uma delas, de 20 anos, contou à polícia que estavam comemorando seu aniversário em um condomínio próximo à Praia do Recreio e, por volta das 23h, saíram para dar uma volta pela orla no carro do influenciador. Sentada no banco do carona, a jovem disse ter visto Vitor “desviar de um carro” antes de atingir Fábio. Segundo ela, as mulheres foram deixadas a poucos metros do local, enquanto Vitor fugiu sozinho com o veículo.
A investigação apontou que Vitor Belarmino dirigia entre 109 km/h e 160 km/h no trecho da Avenida Lúcio Costa antes do atropelamento. Segundo a polícia, se ele estivesse no limite da via, de 70 km/h, teria tido tempo de frear antes de atingir a vítima. Em depoimento, o influenciador disse ser comum motoristas ultrapassarem a velocidade permitida no local devido ao “índice de assalto” na região. Ele também afirmou estar “preso em casa” por algo que, segundo ele, não teve intenção de causar.
— Eu sei o quanto eu fiquei abalado com isso. A primeira coisa que fiz quando cheguei no local seguro foi orar para que nada de mal tivesse acontecido. Eu errei, sim, em ter evadido do local, mas eu estava em total desespero no ambiente — alegou Vitor, que relatou que pediu para uma amiga ligar para o socorro, enquanto ele iria “procurar um advogado para provar tudo” que tinha visto. — Fiquei desesperado por conta de um episódio recente em que eu fui agredido, espancado, roubado e os causadores disso não foram nem intimados.
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